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Opiniões e Postas de Pescada

Opiniões e Postas de Pescada

02
Mai17

13 Reasons Why

Miúda Opinativa

Toda a gente fala sobre a série e eu decidi seguir a manada e vê-la também. Acabei de a ver na sexta-feira e estou com sentimentos algo ambivalentes. 

 

A premissa da série é interessante. Nesta altura, acho que já toda a gente sabe do que se trata, por isso não corro o risco de estar a cometer algum spoiler. A história começa após o suícidio de uma adolescente, a Hanna Baker, e de um colega seu de escola (que afinal era mais do que apenas isso) receber uma caixa com 7 cassetes gravadas por ela. Cada lado dessas cassestes era dirigida a cada pessoa que ela considerava ter contribuído de alguma forma para o seu suicídio. 

 

A série conta, assim, a história de alguns adolescentes e acaba por ser uma reflexão sobre como as nossas acções, por mais pequenas ou irrelevantes que as consideremos, podem ter uma grande influência na vida dos outros. E isso é extremamente importante. Porque, regra geral, não somos santos, ninguém é, mas podemos tentar sempre ter algum cuidado para não magoar o outro. Porque não sabemos aquilo que o outro está a passar e como é que ele vai interpretar as nossas acções. Algo insignificativo pode ter, na outra pessoa, um impacto muito muito grande. Demasiado grande. Demasiado insuportável. 

 

Contudo, no decorrer da série, não pude deixar de achar que a Hanna conseguia ser ligeiramente irritante. Porque era tudo sobre ela. Porque fazia uma tempestade num copo de água. Porque "oh meu Deus. Tu contribuíste para o meu suicídio porque me deste um estalo". Atenção, não estou a dizer que ela não tivesse o direito de se sentir melindrada - apenas penso que muitas das situações vivenciadas por ali são situações vivenciadas por muitos adolescentes. Por todos os adolescentes, arriscaria a dizer. Se isso desculpa certas acções? Óbvio que não. Mas penso que a série, que terá, também, um objectivo quase pedagógico de sensibiliização, em vez de contribuir ainda mais para a vitimização da vítima (e atenção, não estou a dizer que não são vítimas), deveria tentar capacitar as vítimas de certas situações para dar a volta por cima. Dar-lhes as ferramentas para perceberem que as situações acontecem mas é possível sobreviver a elas. 

 

Claro que isto é mais fácil de dizer em relação àquelas situações que poderão ser consideradas menos graves. Em relação às situações mais graves, à situação final que leva ao suícidio, admito que possa ser mais difícil. Em teoria, as vítimas deste tipo de situações deverão procurar ajuda. E a série mostra-nos isso. Mas o que fazer quando não se recebe a ajuda que se procura? Na série, a Hanna suicida-se. É o caminho que ela encontra. E é este final que acaba por, de certa forma, ajudar a série. Porque, lá está, mostra-nos que não é só de palavras que as pessoas vivem - é de acções. Que não basta as pessoas dizerem "procurem ajuda", é preciso que as pessoas estejam dispostas a ajudar.

 

No entanto, considero que este final, embora ajude a série, também é um problema (eu sei, paradoxal, mas eu disse que era ambivalente :P ). Porque pode transmitir (embora reconheça que não será esse o objectivo) que a única solução para quem é vítima é o suícidio. O que não é verdade - não pode ser verdade. Não quero imaginar o que será passar por uma situação daquelas, mas quero acreditar que há vida para além dessa experiência.

 

A série acaba com alguns cliffhangers que dão espaço para que haja uma segunda temporada. Eu acho, apesar de tudo, que seria interessante. Porque é sempre importante ver o outro lado, ter outras perspectivas. 

 

A nível técnico, acho que a série tem uma série de limitações e as representações da maioria das personagens adultas são sofríveis. O que é uma pena.

 

O texto já vai longo, eu sei, mas queria ainda fazer mais algumas observações:

- O Tony é o grilo falante, certo? 

- O genérico da série é muito giro.

- A banda sonora tem sido também muito bem criticada e com isso concordo plenamente. 

- Os nerds/tímidos/"cromos" fazem o meu tipo. 

- É estranho que com 28 anos me identifique mais com as personagens adolescentes, que têm 17 anos, do que com os pais das personsagens que rondarão os 40 anos? Não, acho que não. 

 

Resumindo e baralhando... Apesar de serr ambivalente em relação à série, não acho que seja uma má série. Pode ser interessante de se ver, é uma série com cenas muito intensas e muito fortes. Mesmo. Uma salva de palmas para o Dylan Minnette, para a Katherine Langford e para a Alisha Boe.

26
Abr16

Anatomia de Grey

Miúda Opinativa

A 27 de Março de 2005 estreou, nos EUA, a Anatomia de Grey. Não sei exactamente quando é que eu comecei a ver.

Estávamos em 2005 e na altura, não existiam os meios que existem hoje para ver as séries logo. E, como se sabe, as séries não chegavam logo cá. Mas julgo que no meu 11º ano já via. E eu fiz o 11º ano no ano lectivo de 2005/2006. Portanto, será possível dizer-se que eu vejo a Anatomia de Grey há cerca de 11 anos, mais coisa menos coisa. O que é ligeiramente assustador, porque parece que foi ontem.

 

Mas desde que comecei a ver a Anatomia de Grey, acabei o Secundário, fui para a Faculdade, acabei a Licenciatura, o Mestrado, comecei a trabalhar, voltei a estudar, deixei de estudar e voltei a trabalhar. Desde que comecei a ver a Anatomia de Grey, conheci muitas pessoas novas, fiz novas amizades, desfiz amizades, zanguei-me, iludi-me, desiludi-me, fui feliz, fui infeliz, apaixonei-me.

 

E às vezes penso "já chega. Aquilo anda a engonhar demasiado, é mais do mesmo, já não há pachorra". Mas depois, dou de caras com coisas como esta e percebo que se calhar ainda não é desta que deixo de ver. Porque oiço aquelas músicas e a verdade é que me acompanharam em todos aqueles momentos. E não consigo deixar já a coisa. Not yet.

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