Sexta-feira, finalmente
Semaninha complicada.
Aliás, chamar a esta semana de "semaninha" é uma brincadeira de mau gosto.
Foi, provavelmente, das semanas mais paradoxais da minha vida.
Vivi a semana com o peso do primeiro aniversário da morte do meu irmão e a pensar constantemente "foi há um ano que nos falámos pela última vez" ou "foi há 1 ano que a minha mãe me ligou a dizer que uma tragédia tinha acontecido" ou "há 1 ano estava a chegar a Bratislava para ir buscar a minha irmã"... Ainda não acabou. Hoje faz 1 ano que foi o velório do meu irmão e amanhã faz 1 ano que foi o "funeral" (ou a missa de cremação, não sei bem).
1 ano, 1 ano, 1 ano.
Ao mesmo tempo, foi a semana em que a minha casa começou a ser montada. Depois de um fim-de-semana a montar a mobília do quarto, esta semana chegou a mobília da sala (a que eu mais queria ver), o colchão e os electrodomésticos.
E de repente, estou a viver um momento extremamente feliz - a concretização do objectivo de ir morar sozinha - com o peso da altura mais triste da minha vida - a morte do meu irmão. Que não, ainda não está ultrapassada.
A morte de qualquer pessoa que nos é querida é lixada mas a morte de um irmão é fodida. É fodida porque não temos que lidar só com a nossa dor, com as nossas saudades, mas, também, com a dor dos nossos pais. E às vezes é muito difícil lidar com isso. Muito.
Mas ao mesmo tempo, estou feliz.
E ainda ao mesmo tempo, estou ansiosa em relação ao futuro. Quero muito que o futuro chegue, mas tenho medo quanto ao que o futuro me reserva. E tenho dúvidas. Muitas dúvidas.
Estou só exausta. A precisar urgentemente das minhas férias.