Revi o How I Met Your Mother e tenho umas coisas a dizer (com alguns spoilers)
Antes de mais, um pequeno disclaimer: entre 2008 (que foi quando eu descobri a série) e 2014, eu era viciada no How I Met Your Mother. Descobri no verão de 2008, enquanto estudava para os exames do 2º Semestre do 1º ano da Faculdade. E era o que me dava algum alento. O primeiro ano foi uma chatice, detestei o curso, e os exames do segundo semestre foram maus. Chumbei a duas cadeiras na primeira fase, adiei as férias para os repetir e... voltei a chumbar. Passei para o segundo ano por uma unha negra, uma vez que só podíamos deixar mesmo 2 cadeiras por semestre em atraso. Mas bem, estou a divagar. Até pareço o Ted. Ah. Ah. Ah.
Voltando ao tema: eu adorava o HIMYM. Identificava-me bastante com o Ted e achava que nós faríamos um casal fofinho, ah ah (a divagação é só um dos pontos que temos em comum), achava a Lily e o Marshal bem fofinhos, fartava-me de rir com o Barney (apesar de ter muito receio de encontrar um Barney na minha vida amorosa) e via na Robin características que eu gostava de ter. Foram 6 anos a ver a série religiosamente, tinha o genérico como toque do telemóvel e não admitia que alguém falasse mal da série à minha frente. Achava que tinha muita piada mas não era só uma série de comédia... Teve momentos bastante tristes (como a morte do pai do Marshal, ou o momento em que o Ted está na festa de inauguração do edíficio que desenhou ou o momento em que o Ted está sozinho no bar e se imagina a ir ter com a Mãe...) que imprimiam algum sentido de realidade à história.
Ao longo dos últimos anos, nunca revi a série do início ao fim... Vi alguns episódios, claro, e mais do que uma vez, mas assim, do início ao fim, nunca. Ora, ainda antes do início do isolamento, decidi que precisava de a rever... Precisava de uma comédia, com episódios de 20 minutos, para conseguir descansar a cabeça ao final do dia. Então, a escolha recaiu sobre o HIMYM (já tinha visto o Friends).
E passados 6 anos do final... Infelizmente, a minha opinião mudou um bocadinho. Continuo a achar a série muito boa (apesar de algumas incongruências ainda mais fáceis de identificar quando se vê a série assim), mas... enfim, existem algumas coisas que me começaram a irritar profundamente.
Nomeadamente, a Robin. A Robin foi, durante 8 anos, uma idiota para o Ted. Queria mantê-lo ali, à sua espera, para o caso de decidir que afinal queria uma família, ele estar à sua disposição. E ele, idiota, estava. Ele era sempre o Plano B (até depois de ela ter ligado ao Barney para pedir ajuda para encontrar o Medalhão, antes do casamento) e ele aceitava-o sempre, ia sempre ao fim do Mundo para a fazer feliz. Não conseguia envolver-se realmente com mais ninguém porque estava SEMPRE a pensar na hipótese remota de ficar com ela. Uma parte de mim ficou a achar que ele só ficou com a Mãe porque nessa fase a Robin e o Barney estavam casados... Caso contrário, não sei não. Podemos realmente culpar a Victoria por ter dito ao Ted "ou ela ou eu"?
Continuo a achar que a Robin tem características muito muito interessantes. Mas é altamente inconstante e incongruente e, lá está, é uma idiota para o Ted.
Claro que esta nova percepção (e que idiota fui eu há 6 anos) fez-me aderir ao grupo das pessoas que acharam o final ridículo. Há 6 anos, eu fiquei triste por não se ter explorado mais a relação do Ted com a Tracy (a Mãe)... Aparentemente, a personagem dela era mega interessante e quase não teve direito de antena. Mas não fiquei zangada por o Ted ter acabado com a Robin. Acho que fui uma romântica... Dizia "ok, é mau que a Mãe tenha morrido, mas pelo menos assim ficaram os dois felizes"... ESTÚPIDA! Lá está! Mais uma vez, será que a Tracy só teve espaço porque a Robin, naquela altura, estava casada? Mais um vez, o Ted foi a correr atrás da Robin! ARGHHH! Pronto, fiquei frustrada. Era uma romântica sem namorado na altura e agora, com namorado, tornei-me numa céptica XD.
Nota final:
Admito que ver a série no início dos meus 20 (e, portanto, longe dos 27, idade com que o Ted começa a história) é completamente diferente de ver com 30 (logo, 3 anos mais velha do que a idade com que o Ted começa a história). Dá outra perspetiva sobre a série... E claro que me põe também a questionar a minha vidinha. Mas isso são outros quinhentos.