Lion
Ontem à noite vi o Lion, um dos outros grandes filmes do ano. E este posso dizer que gostei. Senti-me um pequeno coração de pedra, porque só oiço falar de pessoas que choraram do início ao fim, e eu nem uma amostra de lágrima verti. No entanto, senti um aperto no coração, pelo que posso dizer que se calhar não sou um caso perdido e é possível que haja aqui alguma dose de sensibilidade.
O filme é muito bom e está muito bem interpretado. A história, verídica, é, efetivamente, angustiante. É sobre perdermo-nos, sentirmo-nos perdidos, e encontrarmo-nos. É sobre a importância do nosso passado, de sabermos quem somos, de onde viemos, quem são os nossos. É sobre a importância de conseguirmos estabelecer ligações. É sobre o amor que percebe, que compreende, que tenta ultrapassar todos os obstáculos.
É curioso, porque acho impossível não nos relacionarmos, de certa forma, com o filme - embora a maioria de nós, felizmente, nunca tenha passado por nada que se assemelhe à história do filme. Mas todos nós reconhecemos a importância de sabermos quem somos e das nossas origens. E todos nós, embora de maneira diferente e por razões distintas, lutamos por sabermos quem somos.
Para mim, dos três filmes que vi nomeados para os Óscars, este foi, sem dúvida, o que gostei mais (embora ainda queira dar uma segunda tentativa ao Manchester by the Sea).