Ficar presa no Aeroporto de Amesterdão - Parte 2
No dia seguinte, acordámos as 6 da manhã. Tínhamos mais do que tempo para comermos e esperarmos pelo voo. Mas pelo meio tínhamos que comer, claro.
Fui a um café, vi que tinham croissants e pedi um croissant com queijo. E tive mais uma conversa surreal. E estúpida.
- Quero um croissant com queijo, por favor.
- Só temos croissants com queijo e fiambre ou com fiambre.
- Ok... E não podem fazer um só com queijo?
- Não.
- Ok... E não podem tirar o fiambre?
- Não. Nós aquecemos os croissants.
- Ok... E não pode vir sem aquecer?
- Se quiser uma opção vegetariana [não era o caso, só não gosto da mistura queijo e fiambre] pode sempre optar por uma sandes com mozzarela e tomate [eram 7 da manhã, não queria tomate].
- Desculpe, não me pode entregar o croissant com queijo e fiambre sem aquecer e eu tiro o fiambre?
- Oh... Pode ser [cara de nojo - estúpida].
E a estúpida ainda deixou cair o rolinho do queijo e do fiambre para a caixa onde pôs o croissant...
Algures durante a manhã, percemos que o nosso voo tinha sido adiado para as 14h. Fuck, seriously? Tudo bem... Era mais uma refeição de sandes. Siga. Estamos quase.
Já passava das 14 quando, finalmente, entrámos no avião. No avião disseram-nos que ainda íamos ter que esperar um bocado porque estávamos em fila de espera para sairmos e descongelar. Ok... Estivemos cerca de 2 horas dentro do avião e víamos pela janela o tempo a piorar e a nevar cada vez mais. Às tantas, disseram-nos "ainda vamos ter que esperar mais uma hora" e passados 2 minutos dizem "afinal esperamos mais 5 minutos". Passados 2 minutos, ouvimos a mensagem final: "Desculpem, isto parece um voo de malucos. O aeroporto acabou de fechar".
ARE YOU GUYS SERIOUSLY?!
Lá saímos do avião, mas ainda com a esperança (estúpida) que nos dissessem que íamos poder voltar nas próximas horas. Obviamente que não aconteceu. Uns minutos depois, nem percebi muito bem porquê, decidimos ir novamente para o balcão do parceiro da TAP para tentarmos perceber se nos podiam pôr no voo do dia seguinte.
Pelo caminho, percebemos três coisas:
1. Sair do aeroporto seria praticamente impossível e inútil, uma vez que não havia outros tranportes nem hoteis disponíveis;
2. O aeroporto não tem sistemas eficazes de comunicação (ter funcionários a gritar a dar informações não é, claramente, a melhor forma de comunicar informação);
3. Eu consigo ficar histérica e eloquente ao mesmo temp - liguei para a TAP e acho que quem me ouviu ficou com medo de mim... Não me orgulho, admito, o rapaz do outro lado não tinha culpa nenhuma, mas como é que depois de um voo pelo qual paguei 420€ eles são incapazes de dar qualquer informação e deixarem-nos a todos feitos malucos num avião a correr, literalmente, para conseguirmos saber o que fazer?