Ficar presa no Aeroporto de Amesterdão - Parte 1
Ficar presa no Aeroporto de Amsterdão foi uma experiência... Interessante. #sqn
Nós sabíamos que no Domingo, dia 10, iria nevar. Não sabíamos é que ia nevar tanto. E a verdade é que a neve é muito bonita mas extremamente incomodativa.
O objetivo era irmos de autocarro para o aeroporto. E fomos, mas mais tarde do que queríamos porque, na verdade, a neve fez com que o autocarro se atrasasse - e ficar à espera do autocarro na paragem aquele tempo todo, ao frio, não foi fixe.
No autocarro, a caminho do aeroporto, tivemos a confirmação - o nosso voo tinha sido cancelado. Fiquei logo enervada, porque parecia que estava a adivinhar a confusão que se seguiria. E eu precisava de estar na segunda-feira de manhã em Lisboa porque tinha uma reunião com a Diretora da empresa - reunião agendada por mim.
Assim que chegámos ao aeroporto, liguei logo para a Transavia. A verdade é esta: eu desenvencilho-me bem a falar Inglês, mas é também verdade que quando fico nervosa atrapalho-me nas palavras. Por isso, para mim foi uma surpresa a eloquência (ou a fluência) com que falei com o assistente. Apesar de a conversa ter sido surreal. Qualquer coisa do género "sim, o voo foi cancelado. Posso colocá-la num voo amanhã... Não, não posso, está cheio. Posso colocá-la num voo depois de amanhã [terça-feira]... Não, não posso. Só mesmo no sábado, dia 16". Ah ah ah! Está bem, então. Vamos lá tentar resolver isto de outra forma.
Tínhamos, então, dois objetivos: ou ir ao balcão da Transavia ou ao da TAP (que, no caso, era o balcão de um parceiro). O balcão da Transavia tinha uma fila interminável; o da TAP, uma fila aceitável. Optámos pelo da TAP. Foi o melhor que fizemos, sobretudo porque logo a seguir se formou uma fila brutalmente grande.
Nesta fila, percebi duas coisas:
a) Tuga que é tuga tem uma capacidade enorme de falar e fazer amigos;
b) Os holandeses - e os serviços holandeses - são tão incompetentes como os portugueses - e os serviços portugueses. Como é que numa situação daquelas aquele balcão (que era da TAP e de mais umas quantas companhias aéreas) tinha UMA única pessoa a atender? COMO? E ainda por cima, incompetente. Demorava séculos a fazer o que quer que fosse - que, no caso, era vender viagens.
Ali percebemos que a melhor opção seria comprar as viagens para a manhã do dia seguinte e assim o fizemos. E nunca, mas nunca, me custou tanto pagar uma coisa. 420€ por cada viagem. 420€. Cada uma pagou a sua e cada uma agradeceu a todos os santinhos o facto de ainda viver com os pais. Mas e as pessoas que viajaram em família? E as pessoas que simplesmente não tinham condições para pagar isso??
Quando finalmente chegou a nossa vez, lá pagámos os 420€ por uma viagem em Económica (dor, muita dor) e decidimo-nos a ir comer. Já havíamos percebido que não valia a pena sair do aeroporto - para onde? Como? - e o melhor era aceitar o que nos estava reservado. Era só uma noite, na manhã seguinte vínhamos para casa.
Jantámos no Burger King, alapámos numa mesa com uma ficha (carregar os telemóveis tornou-se fundamental) e começámos a conversar com um casal que já estava há 24 horas em viagem e que seria a segunda noite no aeroporto (apesar de a primeira ter sido prevista).
Depois do Burger King... Ok, vamos lá encontrar um sítio para dormir. Um funcionário do aeroporto disse-nos que o melhor era ficarmos perto da zona do check-in. Logo a seguir, outro funcionário disse-nos que afinal o aeroporto tinha preparado camas para dormirmos. "olha, simpáticos", pensámos.
E lá fomos os 4 para a zona de campanha. Tudo bem. Era só uma noite...