Este é o mood de segunda-feira.
Quis a vida que a minha vida profissional se desenvolvesse dentro da área dos Recursos Humanos.
(E sim, digo "quis a vida" porque a sensação que tenho muitas vezes é que eu não tive grande influência nesta decisão. O meu primeiro trabalho nesta área não seria, de todo, a minha primeira escolha e só aceitei porque foi a única opção que surgiu em plena crise económica. 4 meses depois, desisti, decidi voltar a estudar, iniciei o meu segundo mestrado e 1 ano depois, candidatei-me a uma consultora de Recrutamento porque queria voltar a ir a entrevistas para treinar, mas nunca achei que fosse ser seleccionada. Quando fui, decidi aceitar, porque tive medo de voltar a não encontrar trabalho quando terminasse o segundo mestrado. Correu muito mal, mas já era tarde para voltar ao mestrado incompleto. Então, a partir daí fui-me construindo nesta área... com mais ou menos sucesso).
Ora, este meu percurso faz com que leia muitas coisas sobre esta área e sobre Employee Experience e assuntos "trendy". E ao passar os olhos no feed do LinkedIn e ao ler artigos sobre estas últimas tendências, poderia achar que o mundo do trabalho e as relações laborais entre colaboradores e empregadores estão a modificar-se. Em que já ninguém trabalha 12 horas por dia porque as empresas valorizam o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, em que já não existem "chefes" mas sim "líderes", em que... Tanta coisa.
No entanto, a realidade a que depois assisto é diferente. Em que as empresas continuam a exigir aos seus colaboradores horas e horas de trabalho, em que as empresas não facilitam as férias (queres 10 dias seguidos de férias, mesmo que isso seja obrigatório? Não podes ter), em que as empresas exigem e exigem cada vez mais dos seus trabalhadores (e aqui não coloco o termo "colaboradores" de propósito) mas, ainda assim, tentam vender-se como "empresa atrativa".
E isto aborrece-me. A vida não é só trabalhar. Vejo as pessoas à minha volta (e eu) sem tempo para nada e cansados. Muitos, desanimados. Desanimados porque trabalham e trabalham num "dead end job", sem grande reconhecimento e seriam capazes de muito mais.
A cereja no topo do bolo? Ainda têm que se sentir agradecidos.