Do desemprego e da falta de vontade em trabalhar
Em primeiro lugar, um aviso à navegação: não quero ferir susceptibilidades. Sei que a taxa de desemprego continua elevada e não me tornei insensível. Há 6 meses estava desempregada e ninguém está livre, muito menos eu, de ver o desemprego bater à porta. E sei que destes 9% da população desempregada (fora todos os outros que ficam fora das estatísticas por "formações" e outros quejandos) há, de facto, muita gente que quer trabalhar.
Mas... Bem, trabalhar em Recrutamento & Selecção tornou-me cínica. Porque há muita gente desempregada, encostada ao subsídio de desemprego, que não, não quer trabalhar. E que nem sequer finge que quer trabalhar.
Desde as pessoas que marcam entrevistas e simplesmente não aparecem até às pessoas que foram seleccionadas e no próprio dia não aparecem, inventando (ou não, impossível saber) uma história maluca, há de tudo. E a verdade é que trabalhar em Recrutamento tem aumentado os meus trust issues. E os meus cabelos brancos.
Há desemprego? Há. Há muita gente desempregada que quer desesperadamente trabalhar? Há. Mas também há muita gente desempregada que se está a marimbar para tudo. Se calhar esses é que fazem bem, mas pelo menos, podiam dizer logo e não me faziam perder tempo. Porque eu estou a trabalhar, não me estou a marimbar, e tenho muita coisa para fazer.