Correr é como uma droga
Comecei a correr "mais a sério" no Verão de 2013. Já tinha tentado antes, mas nunca tornei a corrida num hábito. Até que em 2013 comecei a correr. E descobri que a corrida me conseguia fazer deixar de pensar no ano de merda que tinha tido, onde tinha estado a estagiar naquela que seria, supostamente, a minha área mas... não tinha gostado. Descobri que a corrida me fazia esquecer a falta de perspectivas profissionais que na altura eu sentia. E ganhei o bicho. Em Novembro desse ano corri, pela primeira vez, 10km. Senti-me a maior do Mundo.
No entanto, uma semana depois, e como a vida me corria muito bem nessa altura, tive uma lesão que me impossibilitou de correr até Janeiro / Fevereiro. Mas em Março de 2014, altura em que decidi parar e voltar a estudar em Setembro, voltei a correr. E foram meses óptimos. Foi algures na primavera / verão desse ano que corri 10km pela primeria vez em menos de uma hora. Depois, entre 2014 e 2015, corri imenso. E atingi os melhores tempos. A vida permitia-me isso.
Entretanto, veio uma outra lesão que me impossibilitou de correr entre Fevereiro e Junho de 2016 e a vida mudou e (in)felizmente, nunca mais tive tanta disponibilidade como aquele ano de 2014/2015.
No entanto, apesar de não conseguir correr tanto como desejaria, a corrida faz cada vez mais parte de mim. Tenho alguns objetivos e desejos (gostava de conseguir voltar aos tempos de 2014/2015, mas acho difícil, e estou inscrita em duas meias-maratonas este ano, com o espaço de 1 mês - não foi muito esperto, ah ah!) mas, mais do que isso, a corrida tornou-se num vício, numa droga. Às vezes, estou 2/3 semanas sem correr - porque a vida é corrida, porque o joelho está armado em parvo, porque, porque. No início, sinto falta, mas ao final das 2 semanas já só me sinto intratável, mas já não sinto propriamente falta. Até que vou correr. Ao início custa, mas no final quase que voo. E no dia seguinte... Quero ir correr outra vez.
Por isso eu digo que correr é como uma droga. Porque vicia. Porque quando deixamos, sentimos a abstinência. E quando voltamos, já não conseguimos largar.