Como corre o Isolamento Social?
Mal.
Não por dar em maluca com a ideia de ficar em casa mas porque... bem, não tenho conseguido ficar em casa.
Foi há uma semana que vim para casa em Teletrabalho. No entanto, na terça-feira tive que sair para ir imprimir a minha Carta de Rescisão (assunto a desenvolver). Na quarta, saí porque a minha irmã fez anos. Na quinta saí para imprimir uns documentos que tinha que enviar para a minha nova empresa. Na sexta saí porque entretanto foi preciso mais uns documentos para este novo trabalho. Sábado fiquei em casa. Domingo saí para levar roupa aos meus pais (no meio deste caos, a máquina deles avariou) e à noite, já com o paredão quase vazio, decidi ir correr (eu sei, não terá sido a atitude mais consciente, mas afastava-me sempre que via alguém e nem me meti com a criancinha que decidiu ir correr atrás de mim!).
E hoje tive que voltar a sair, para ajudar o meu pai numa coisa de computador. Portanto, por mais que eu queira praticar o isolamento social, a coisa não está fácil.
Para dizer a verdade, preferia, MESMO, ficar em casa. Sair à rua deprime-me. Ver as ruas vazias, as pessoas de máscara e luvas, tudo fechado preocupa-me. Preocupa-me o futuro. Assim, ficando em casa, ficava protegida desta realidade.
Por outro lado, sofrendo de um ligeiro OCD, admito que o facto de estar a começar a pensar em germes e doenças e virús está a ter um resultado estranho em mim. Porque das duas uma: ou não penso de todo, ou se começo a pensar, mais daqui a nada ponho-me a limpar a casa toda e a desinfectar-me toda. Já tenho um conjunto que uso só para sair à rua e que, ao chegar a casa, vai para a marquise arejar. Daqui para a frente, não sei o que o meu cérebro vai fazer.
Por isso digo que para a minha saúde mental, e à excepção da corrida, deveria ser mesmo melhor ficar só em casa. Era tipo avestruz: punha a cabeça na areia.