Cair. Para depois levantar.
Existem alturas complexas. Em que a vida vai correndo, com as mesmas alegrias de sempre e com as mesmas chatices de sempre. Ainda assim, nós não estamos normais e vamo-nos abaixo, sem sabermos muito bem porquê, nem como. Porque se as chatices são as mesmas de sempre, porque raio nos vamos abaixo?
Mas vamos. Vamos e acordamos durante a noite em sobressalto. Vamos e andamos desanimados. Vamos e sentimos que estamos em piloto automático. E tudo o que vem lá de trás, todos os nossos medos e inseguranças, voltam a acenar, como que a dizer "olá, velha amiga! Esperavas que já não estivesse por aqui? Pensa outra vez".
O grande problema disto é que acaba por ter uma enorme influência nos vários quadrantes da nossa vida. Na nossa vida profissional e nas nossas relações. E depois... a bolha explode e a merda espalha-se toda.
Nestas alturas, cai tudo. Até que alguém, e de forma, é verdade, meio abrutalhada, nos diz o que precisamos de ouvir. E nos dá a mão quando não aguentamos mais e apenas choramos, choramos e choramos.
Foi de forma meio abrutalhada, mas serviu. Já me estou a levantar. Ainda estou a apanhar cacos - acho que vou continuar a apanhar cacos durante o resto da minha vida - mas já me estou a levantar.
Espero.