Ainda sobre o isolamento e o COVID
Ok. Eu também prevarico e não tenho conseguido cumprir a 100% o isolamento social. Ok, prevaricar não é bem o termo certo, porque não saio só porque sim... Saio quando tenho que sair e tentando cumprir as "regras" de segurança. Nem sempre é possível, mas tenho tentado.
Quando fui às compras na semana passado, comprei coisas para 3 ou 4 semanas e estou a pensar seriamente em aderir ao online (para daqui a 3 semanas, claro).
Mas não me queixo muito e acho que de tudo o que pode acontecer, estar em isolamento social é o menos mau. Custa-me não estar com os meus pais como deve ser, custa-me pensar no meu pai que tem o restaurante fechado, custa-me não estar com o meu namorado, custa-me não estar com os meus amigos. Custa-me não ir correr para o paredão, custa-me não ir ao ginásio ou nadar.
Mas sinceramente? Custar-me-ia muito mais que os meus pais ou a minha irmã morressem, que os meus amigos morressem ou que o meu namorado morresse. Porque a questão é essa. Estar em isolamento não foi o pior que me aconteceu. O pior que me aconteceu foi a morte do meu irmão. E ficava 1 ano inteiro em casa (ou mais, muito mais), sem sair de casa, sem correr, sem ver ninguém, se isso o trouxesse de volta.
Portanto, às pessoas que antes tinham uma vida pouco activa e agora lhes faz muita confusão estar por casa, tenham juízo. Não sejam piegas.
Claro que custa. Claro que custa para quem está em casa a trabalhar e tem os filhos em "teleescola" (e a esses, tiro-lhes, mesmo, o chapéu). Claro que custa não estarmos com quem gostamos.
Mas é pior, trust me, sabermos que nunca mais vamos estar com quem gostamos.
#pôremperspectiva