À Mesa com o Assassino
Acabei de ler, há uma semana, o livro "À Mesa com o Assassino", de Hans Olva Lahlum. Depois de ter dito a uma amiga que andava a ler muitos policiais nórdicos, ela ofereceu-me no Natal este livro.
No entanto, o interessante é que este não é o "típico" policial nórdico - ou, pelo menos, não é o tipo de policial nórdico que tenho lido. A verdade é que apesar de gostar muito de alguns policiais nórdicos, admito que a fórmula deles é muito semelhante - existe um polícia / inspector / investigador / jornalista (you name it) muito inteligente mas com alguns issues que lhe dificultam a vida e com um passado algo tenebroso. E muitas vezes, os mistérios dos livros relacionam-se com esse passado.
Contudo, neste livro a fórmula muda bastante. Ambientado no final da década de 60, apresenta-nos um ambiente pós-guerra, em que a maioria das personagens viveu nesse período, trazendo para o "presente" conflitos e problemas desses anos. Por outro lado, inicialmente apresenta-nos um crime com vários suspeitos, e o trabalho do inspector (sem nenhum passado tenebroso) é descobrir quem daquelas pessoas - satélites - cometeu esse crime.
A história vai-se desenrolando e vamos percebendo que todos os suspeitos, ou quase todos, teriam razões para cometer o crime e às tantas parece que estamos num jogo do Cluedo. Vão-se resolvendo mistérios do passado e vão-se criando novos mistérios até que, finalmente, se chega a uma solução.
Embora tenha achado a história interessante, admito que já previa o final. Por outro lado, não consegui deixar de achar que o polícia não tinha, afinal, grandes capacidades e que o verdadeiro cérebro é a Patrícia, a jovem ajudante "informal". O que seria dele sem ela? Nada, arrisco a dizer.
Ainda assim, achei que o livro está bem escrito e bem construído, apresentando os factos e o mistério nas doses certas e nos momentos adequados.
Uma nota, apenas, para a editora portuguesa, que decidiu que ia pôr este título. No original, o título era "Satélites Humanos" e não "À Mesa com o Assassino"; embora este título português faça sentido, o original fazia beeeem mais sentido. Porque não mantê-lo?