A Greve dos Professores
Ponto 1:
- Eu sou a favor da Greve. Penso que, historicamente, permitiu-nos ganhar direitos importantes que hoje temos como adquiridos mas que, para existirem, alguém teve lutar. E muito.
Ponto 2:
- Eu não sou a favor das greves desmedidas. Penso que perdem valor. Porque é "só mais uma" e geram questões como "mas agora estão a protestar porquê mesmo?". A existência de muitas greves faz com que a população, que até pode ser solidária com as motivações das greves, acabe por deixar de o ser. Por desvalorizar e, em última análise, porque acabam por ser prejudicadas por esse número imenso de greves. Aconteceu com os transportes - a CP e o Metro de Lisboa perderam todo o apoio da opinião pública porque a opinião pública foi quem saiu mais prejudicada com todas as greves que realizaram.
Ponto 3:
- Eu terminei o Secundário há 10 anos (God...). Estes 10 anos permitem-me relativizar a importância dos Exames Nacionais mas não me permitem desvalorizá-los. Hoje reconheço que em muitos casos os Exames Nacionais não têm grande importância (o meu foi um desses casos), mas também me lembro da ansiedade que provocam.
Posto isto, acho que esta greve dos professores, marcada por esse mui nobre senhor para um dia de exame, é uma falta de respeito para com os alunos. Pior do que isso, só mesmo dizer-se "vão muito a tempo de remarcarem os exames desse dia".
Se eu fosse professora, mesmo estando descontente com os salários, com a carreira, com o Estado, com o que fosse, seria incapaz de, depois de um ano (ou mais) a ensinar aos alunos não só conteúdos programáticos como, também, a importância do esforço e do trabalho, fazer greve num dia de exame. Estaria a desvalorizar a importância dos exames, estaria a desvalorizar o trabalho dos alunos. Que mensagem é que lhes passava?
Mas, na verdade, se eu fosse professora, não apoiaria o mui nobre senhor...