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Opiniões e Postas de Pescada

Opiniões e Postas de Pescada

10
Mai17

Quando a vida muda. Uma e outra vez.

Miúda Opinativa

Há umas semanas, escrevi aqui, a propósito de ter andado mais ausente, que a minha vida tinha dado mais uma volta. Escrevi, também, acerca da sorte, ou falta dela, e acerca da relação dos Millenials com o mercado de trabalho. Nada disto foi por acaso e esteve tudo relacionado.

 

A questão é que, há um mês, fiquei desempregada. Tinha um contrato de trabalho, já estava efectiva, mas nada disto importa quando o grupo empresarial a que pertence a empresa onde se trabalha decide terminar o projecto em que estava envolvida e, portanto, o posto de trabalho é extinguido.

 

Pardon my french, mas foi uma merda.

 

Mas não é sobre o desemprego que vou escrever. Até porque, felizmente, fui seleccionada para um novo "projecto profissional" e bem, à hora a que este post for publicado, eu já estarei na minha nova empresa :)

 

Este post é sobre a falta de respeito que existe em quem recruta. Dizem, quando vamos a entrevistas, que "dão sempre feedback. E peço-lhe, por favor, que caso a sua situação se altere, que também nos diga alguma coisa". E isto é só estúpido. Porque, na maioria das vezes, não dão feedback a ninguém. E enerva-me, MESMO, que encham o peito para dizer que dão feedback quando ambos sabemos que isso não vai acontecer. E enerva-me ainda mais que ainda tenham o desplante, sabendo que eles próprios não vão dar feedback, que peçam para que nós digamos alguma coisa caso a nossa situação se altere. Como se nós importássemos realmente para eles.

 

Agora que fui seleccionada para um novo projecto, é suposto eu ligar para todos os sítios onde fui a entrevista e dizê-lo? Imagino que ficariam meio abananados por nem saberem quem eu sou. Por pensarem "mas porque raio esta está a ligar?". Sentir-me-ia meio ridícula por imaginar, depois de eu desligar a chamada, que iriam gozar com a minha cara.

 

Sei que nem todos os profissionais de Recursos Humanos são assim... Eu não sou assim (sim, a minha área é Recursos Humanos). Mas é extremamente frustrante. Mesmo.

09
Mai17

Oslo #3: Dia 2

Miúda Opinativa

No segundo dia na cidade estávamos mais ou menos decididos a acordar cedo e visitarmos o máximo possível. Contudo, o cansaço do dia anterior traiu-nos e acabámos por sair de casa mais tarde do que seria suposto. Mas eram férias e nas férias não queremos pensar em horários ou despertadores. Queremos, apenas, desfrutar. E foi isso que fizemos.

 

No nosso segundo dia, decidimos começar por passar em Grünerlokka que, supostamente, é o bairro hipster de Oslo. Embora seja, sem dúvida, um bairro simpático, não o achámos assim tão diferente do resto da cidade.

 

Continuámos em direcção aquele que foi o primeiro destino definido: o Vigeland Sculpture Park. É uma das paragens obrigatórias de Oslo e faz sentido, porque é espectacular. Tem mais 200 estátuas e só consigo imaginar como será no Verão, todo florido. Na verdade, o que nos disseram é que no Verão é quase impossível passar por lá. Porque os "locals" simplesmente invadem o parque, estendem as suas toalhas e ficam por ali a apanhar sol e a aproveitar. Um bocadinho como nós aqui com a praia ;)

 

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Dali fomos para o Palácio Real, a residência oficial da família real norueguesa. O edifício é, sem dúvida, majestoso; no entanto, a grande beleza está, de facto, nos jardins que o circundam. Mesmo. Para além das Estações Centrais, a minha outra panca são jardins e parques. E Oslo está muito bem servida no que toca a parques. E o curioso é que os "locals", apesar do frio, usufruem bastante deles. Mas isso é algo que irei abordar no post final ;)

 

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Do Palácio Real fomos descendo e passámos pela Universidade de Oslo, onde entrámos, pelo Teatro Nacional e pelo City Hall. Infelizmente, não conseguimos entrar nesta última, mas serviu para nos aguçar a curiosidade (até que no último dia conseguimos chegar a horas de o visitar por dentro).

 

 

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 O City Hall tem um exterior bastante soviético e, aparentemente, pouco interessante. Mas a verdade é que ali por debaixo das arcadas existem diversas gravuras que contam histórias de deuses. Fiquei de tal forma embrenhada nas histórias que nem tirei fotografias. Por outro lado, olhando para o exterior nem conseguimos imaginar o quão giro é o interior. Spoiler alert: valeu a pena as tentativas para entrarmos ;)

 

Do City Hall decidimos descer mais um pouco e fomos até ao Akershus Fortress, um castelo medieval muito giro e enorme. Para além do castelo propriamente dito, tem também uma área circundante enorme e muito bonita. E a vista? Simplesmente espectacular.

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Aquilo que eu dizia sobre a vista...

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Achei estas "casotas" mesmo amorosas.

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Daqui, voltámos a passar pela Ópera de Oslo (gostei mesmo mesmo) e resolvemos voltar para casa para jantarmos. A ideia era sairmos depois de jantar e fazermos nova tentativa em Grünerlokka (podia ser que à noite tivesse mais movimento que durante o dia). Mas não. Bem, a verdade é que também era domingo, mas não conseguimos encontrar assim nenhum bar que nos chamasse particularmente a atenção. Os que estavam abertos eram bares desportivos, que estavam a passar futebol, e não nos apetecia ver nenhum jogo. Então, passeámos um bocado por ali à noite, mas não muito... Estava frio! XD

 

05
Mai17

Oslo #2: Dia 1

Miúda Opinativa

Chegámos àquela que foi a nossa casa durante 3 dias já passava das 14h. Estávamos cansados, com sono (como disse no post anterior, ainda dormitámos no autocarro), mas decidimos que não íamos ficar em casa a vegetar.

 

Primeira paragem: supermercado para nos abastecermos. E aqui foi o primeiro contacto com a realidade cara da cidade: gastámos cerca de 45€ e comprámos água, queijo, pão, salmão, maçãs, leite, ovos e café Dolce Gusto (porque a casa tinha uma máquina de café que foi uma das suas grandes mais-valias. Sim, sou viciada em café ;) ).

 

Depois, voltámos a sair e decidimos deambular um bocado pela cidade. Não tínhamos nada programado: tínhamos visto alguns sítios onde gostávamos de ir e decidimos que na cidade, conforme nos apetecesse, logo traçávamos um plano.

 

A primeira paragem nesta deambulação foi o Food Hall Mathallen Vulkan, um mercado do género do Mercado de Campo de Ourique ou da Ribeira mas mais pequeno (e, aparentemente, mais organizado. Não o conseguimos assegurar porque não chegámos a lá ir à noite). É interessante, porque tem comida típica norueguesa mas, também, de outros pontos do Mundo, e com uma arquitectura muito gira. Está simples e bonito.

 

Ao sairmos, continuámos a deambular, sem grande destino, até que fomos ter à Oslo Central Station. Um pequeno à parte: eu gosto de estações centrais. É uma das minhas pancas, ah ah. Aquela não é assim uma beleza espectacular, mas é confortável. E foi lá que encontrámos um posto do Visit Oslo, onde finalmente conseguimos o nosso mapa para nos guiarmos pela cidade ;) Bebi também um café (já disse que sou viciada em café? :P ) e foi, novamente, um choque. Quase 2€ por um café muito curto e que não era bom. De todo. A menina era muito simpática, mas o café uma treta XD

 

De seguida, fomos ter aquele que eu elegi como um dos meus sítios favoritos de Oslo: a Opera de Oslo. Tem uma arquitectura brutal e uma vista absolutamente fantástica. No dia em que chegámos estava calor e sol, então, por mais estranho que pareça, ainda nos deitámos ali a apanhar sol. Éramos os únicos? Não. Havia lá muita gente a fazer o mesmo. Andámos lá por fora, subimos, descemos, entrámos... E é absolutamente fantástica. Por dentro, por fora, a vista sobre a cidade... Já disse que foi um dos meus sítios favoritos? :)

 

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 Foto do interior. Tentativa de foto artística, portanto XD

 

Depois da Ópera, continuámos a deambular, sem grande destino. Este primeiro dia foi, sobretudo, para sentirmos a cidade e os Noruegueses. Serviu para nos apercebermos, quase imediatamente, o quão diferentes eles são de nós.

 

Serviu para decidirmos que ao chegarmos a casa, iríamos pegar no mapa e delinearmos, então, o plano dos dias seguintes.

 

 

 

 

 

 

 

04
Mai17

José Gonzaléz

Miúda Opinativa

No Natal, ofereci ao meu namorado bilhetes para o concerto de José Gonzaléz, que se realizou ontem à noite. Na verdade, foi um presente para os dois, porque ofereci-lhe um bilhete a ele e o outro era para mim ;)

 

Então ontem, passados quase 5 meses, lá fomos para a Aula Magna, em Lisboa, para assistir ao espectáculo.

 

Antes de mais, um pequeno aparte: não sou só eu que me sinto saudosista sempre que regresso a locais do passado, certo? Eu estudei na UL e apesar de não ter adorado o meu curso nem ter tido uma experiência universitária "típica", gostei de lá ter estado. E voltar aquele espaço, agora um pouco diferente, mexeu comigo. Talvez porque os tempos têm sido mais sensíveis, mas a verdade é que me fez recordar uma série de coisas. O meu namorado, embora conheça a zona, não estudu ali, e portanto teve que levar com os meus momentos filosóficos/reflexivos/saudosistas, ah ah.

 

Adiante. O concerto.

 

Foi muito giro. Foi um concerto pequeno, intimista, exactamente como se quer com este tipo de música, exactamente como se quer com este cantor. Acho que nunca tinha ido a um concerto em que ficasse sentada, mas foi uma experiência interessante. Porque, lá está, torna o concerto mais intimista.

 

Cantou os seus grandes êxitos, mas o principal foi mesmo o Heartbeats. Eu adoro essa música. Mesmo. Acho que é de uma simplicidade absolutamente fantástica. Depois do concerto vinha precisamente a comentar isso: não é uma música épica (como, por exemplo, o November Rain dos Guns), mas esta música é a prova de que as músicas não precisam ser "épicas" ou a ter a duração de 9 minutos para serem grandiosas e espectaculares. O Heartbeats é absolutamente maravilhoso.

 

Gostei do concerto. Serviu para relaxar, para uma experiência diferente. Já o tinha visto no ano passado no Alive mas a experiência foi completamente diferente. Porque, lá está, não foi um concerto tão intimista. E este é um concerto que deve ser intimista.

03
Mai17

Oslo #1: Porquê esta cidade? Como lá chegámos? Onde dormimos?

Miúda Opinativa

E vai começar a série de Posts relacionados com Oslo.

 

Para não fazer um post demasiado grande, acho que vou fazer render o peixe. Assim, vou fazer um post para cada dia em que lá estive, o tal roteiro e, no final, o último post será sobre a minha impressão sobre a cidade e sobre os noruegueses. Espero que gostem :) Mas dêem-me um desconto, não esperem uma coisa espectacular, porque isto é algo que nunca fiz ;)

 

No dia 22 de Abril, lá fui com o meu namorado, às 7 da manhã, para Oslo.

Era uma viagem que estava marcada desde Fevereiro e que calhou agora que nem ginjas. Porque às vezes precisamos mesmo de sair, de mudar as rotinas, de espairecer.

 

Oslo não foi a primeira opção. A primeira opção era Escócia, também nesta altura, mas tendo em consideração o tipo de viagem que queríamos fazer (não queríamos ir apenas a Edimburgo; pelo contrário, queríamos fazer mesmo a Escócia de carro alugado, fazer várias paragens, ir às Terras Altas...) e o objectivo que temos (ou tínhamos) em fazer uma viagem deste género ainda este ano mas à Islândia, seria complicado, financeiramente, comportar ambas. Então, acabámos por "decidir" Oslo.

 

E porquê Oslo?

Porque é uma cidade nórdica e, portanto, diferente daquilo a que estamos habituados. E porque o meu namorado, ao contrário de mim, é um rapaz muito viajado e já foi a quase todas as capitais europeias. Apesar disso, ainda considerámos a hipótese de Amsterdão e vimos alguns voos para Oslo e para Estocolmo. Tínhamos em cima da mesa, então, 3 cidades. E como decidimos? Não decidimos. Tirámos à sorte e saiu Oslo XD

 

Marcámos avião (TAP) e casa no Airbnb. Arrendar uma casa foi a melhor opção, porque nos permitiu ter cozinha, onde preparávamos sandes para irmos comendo durante o dia, e onde jantávamos. Num hotel, para além de ficar mais caro, não o conseguiríamos fazer. E um hostel até poderia ficar mais barato, mas nem sempre é possível cozinhar. E a casa, apesar de pequena, era fixe e tinha tudo o que precisávamos. E a verdade é que uma casa permite-nos um conforto e um à-vontade que não se tem num hotel nem num hostel.

 

De forma a irmos do Aeroporto de Oslo para a casa, acabámos por comprar, também em Portugal, bilhetes para o autocarro da empresa Nor-way Bussekpress. Perguntámos ao nosso anfitreão qual seria a melhor forma de irmos para casa dele e foi essa a opção que ele nos deu. Existem outros meios de transporte (comboio, metro), mas para aquela zona, o melhor foi mesmo este autocarro, porque uma das paragens ficava a 1 minuto de casa. Poderíamos ter comprado os bilhetes na hora; contudo, ao termos optado por os comprar antecipadamente, ficaram francamente mais baratos. Assim, comprámos, ainda em Portugal, e mais de um mês antes de irmos, os bilhetes para irmos do Aeroporto de Oslo para a zona da casa e para voltarmos para o Aeroporto.

 

A viagem de autocarro, que durou cerca de uma hora, foi bastante tranquila e serviu-nos não só para termos um primeiro contacto com a cidade como, também, para dormirmos e descansarmos um pouco. Tínhamos acordado às 5 da manhã, ainda ficámos no aeroporto uma hora à espera do autocarro (os autocarros saem de hora em hora) e estávamos meio KO.

 

Mas serviu-nos, sobretudo, para percebermos que apesar de a viagem ter sido comprada por vontade da sorte, foi um óptima opção ;)

 

 

02
Mai17

13 Reasons Why

Miúda Opinativa

Toda a gente fala sobre a série e eu decidi seguir a manada e vê-la também. Acabei de a ver na sexta-feira e estou com sentimentos algo ambivalentes. 

 

A premissa da série é interessante. Nesta altura, acho que já toda a gente sabe do que se trata, por isso não corro o risco de estar a cometer algum spoiler. A história começa após o suícidio de uma adolescente, a Hanna Baker, e de um colega seu de escola (que afinal era mais do que apenas isso) receber uma caixa com 7 cassetes gravadas por ela. Cada lado dessas cassestes era dirigida a cada pessoa que ela considerava ter contribuído de alguma forma para o seu suicídio. 

 

A série conta, assim, a história de alguns adolescentes e acaba por ser uma reflexão sobre como as nossas acções, por mais pequenas ou irrelevantes que as consideremos, podem ter uma grande influência na vida dos outros. E isso é extremamente importante. Porque, regra geral, não somos santos, ninguém é, mas podemos tentar sempre ter algum cuidado para não magoar o outro. Porque não sabemos aquilo que o outro está a passar e como é que ele vai interpretar as nossas acções. Algo insignificativo pode ter, na outra pessoa, um impacto muito muito grande. Demasiado grande. Demasiado insuportável. 

 

Contudo, no decorrer da série, não pude deixar de achar que a Hanna conseguia ser ligeiramente irritante. Porque era tudo sobre ela. Porque fazia uma tempestade num copo de água. Porque "oh meu Deus. Tu contribuíste para o meu suicídio porque me deste um estalo". Atenção, não estou a dizer que ela não tivesse o direito de se sentir melindrada - apenas penso que muitas das situações vivenciadas por ali são situações vivenciadas por muitos adolescentes. Por todos os adolescentes, arriscaria a dizer. Se isso desculpa certas acções? Óbvio que não. Mas penso que a série, que terá, também, um objectivo quase pedagógico de sensibiliização, em vez de contribuir ainda mais para a vitimização da vítima (e atenção, não estou a dizer que não são vítimas), deveria tentar capacitar as vítimas de certas situações para dar a volta por cima. Dar-lhes as ferramentas para perceberem que as situações acontecem mas é possível sobreviver a elas. 

 

Claro que isto é mais fácil de dizer em relação àquelas situações que poderão ser consideradas menos graves. Em relação às situações mais graves, à situação final que leva ao suícidio, admito que possa ser mais difícil. Em teoria, as vítimas deste tipo de situações deverão procurar ajuda. E a série mostra-nos isso. Mas o que fazer quando não se recebe a ajuda que se procura? Na série, a Hanna suicida-se. É o caminho que ela encontra. E é este final que acaba por, de certa forma, ajudar a série. Porque, lá está, mostra-nos que não é só de palavras que as pessoas vivem - é de acções. Que não basta as pessoas dizerem "procurem ajuda", é preciso que as pessoas estejam dispostas a ajudar.

 

No entanto, considero que este final, embora ajude a série, também é um problema (eu sei, paradoxal, mas eu disse que era ambivalente :P ). Porque pode transmitir (embora reconheça que não será esse o objectivo) que a única solução para quem é vítima é o suícidio. O que não é verdade - não pode ser verdade. Não quero imaginar o que será passar por uma situação daquelas, mas quero acreditar que há vida para além dessa experiência.

 

A série acaba com alguns cliffhangers que dão espaço para que haja uma segunda temporada. Eu acho, apesar de tudo, que seria interessante. Porque é sempre importante ver o outro lado, ter outras perspectivas. 

 

A nível técnico, acho que a série tem uma série de limitações e as representações da maioria das personagens adultas são sofríveis. O que é uma pena.

 

O texto já vai longo, eu sei, mas queria ainda fazer mais algumas observações:

- O Tony é o grilo falante, certo? 

- O genérico da série é muito giro.

- A banda sonora tem sido também muito bem criticada e com isso concordo plenamente. 

- Os nerds/tímidos/"cromos" fazem o meu tipo. 

- É estranho que com 28 anos me identifique mais com as personagens adolescentes, que têm 17 anos, do que com os pais das personsagens que rondarão os 40 anos? Não, acho que não. 

 

Resumindo e baralhando... Apesar de serr ambivalente em relação à série, não acho que seja uma má série. Pode ser interessante de se ver, é uma série com cenas muito intensas e muito fortes. Mesmo. Uma salva de palmas para o Dylan Minnette, para a Katherine Langford e para a Alisha Boe.

20
Abr17

Os Millenials serão mesmo "pessoas más"?*

Miúda Opinativa

Nos dias que correm, escreve-se sobre tudo, comenta-se tudo. Nada contra, atenção, até porque eu também o faço. No entanto, por vezes, ao falar-se até à exaustão sobre determinadas questões, incorre-se num risco. Aliás, incorre-se em vários riscos. Podemos não dizer nada de novo e a repetição torna-se, eventualmente, aborrecida; podemos, de forma a tentar sermos diferentes, tornarmo-nos exagerados; podemos, no limite, acabar por sermos injustos.

Um dos grandes assuntos da década são os Millenials - essa geração, nascida entre o início dos anos 80 e meados dos anos 90 e que é percepcionada, frequentemente, de forma tendencialmente negativa. Somos tidos (e digo somos porque eu nasci neste intervalo de tempo) como egocêntricos, centrados em si próprios, que vivem as suas vidas nas redes sociais. Somos vistos com aquelas pessoas com quem trabalhar é difícil porque somos arrogantes (porque achamos que sabemos tudo), porque não somos dedicados às Organizações, porque estamos sempre a querer mudar, porque não somos, no limite, fiéis. E isto não me parece justo (e, nalguns casos - não tão poucos assim, nem sequer verdadeiro).

Em primeiro lugar, parece-me um bocadinho abusivo agrupar num mesmo grupo, atribuindo características semelhantes aos elementos desse grupo, pessoas nascidas entre o início dos anos 80 e meados dos anos 90. A verdade é esta: uma pessoa nascida em 1982 é completamente diferente de uma pessoa nascida em 1995. O meu irmão, nascido em 1986, eu (nascida em 1989) e a minha irmã (nascida em 1995) somos pessoas completamente diferentes. Temos uma postura completamente diferente em relação a praticamente todos os aspectos. E, parece-me, temos uma postura semelhante à dos nossos pares em termos de faixa etária.

Em segundo lugar, não consigo deixar de considerar injusta a opinião negativa que existe sobre esta geração por, por exemplo, não sermos "fiéis às organizações" nem querermos abdicar completamente da nossa vida pessoal em favor da nossa vida profissional. A verdade é esta: esta geração, a geração tida como mimada e que sempre teve tudo o que quis - teoricamente -, é a geração que se calhar mais dificuldade teve em entrar no Mercado de Trabalho. É a geração que nem sempre viu o seu esforço recompensado. É a geração a quem foi dito "estuda e trabalha para seres alguém na vida" e depois anda a saltar de estágio em estágio. Por mais que se esforce, por mais que tenha trabalhado, há sempre um mundo lá fora, independente do seu esforço, que está pronto para o atirar ao chão.

 

E é por isso que não nos sentimos obrigados a ser fiéis às Organizações. É por isso que valorizamos mais a nossa vida pessoal em detrimento da vida profissional: porque sabemos que não é por sermos fiéis às organizações, por desprezarmos a nossa vida pessoal, que as organizações nos vão ser fiéis. Porque somos um número que a qualquer momento pode ser riscado. Porque sabemos que somos vistos como um custo e não como  uma mais valia. Porque vimos os pais da nossa geração, que sempre deram tudo às organizações onde trabalharam, a serem despedidos porque eram "demasiado caros" (e um estagiário pode sempre fazer o mesmo trabalho de graça).

 

Não, não somos egoístas nem individualistas nem pouco dedicados. Se calhar, só deixámos de ser estúpidos.

 

*Originalmente, ia publicar este texto no LinkedIn. Pus essa ideia em stand-by, porque embora queira começar a ser lida naquela rede, e eventualmente reconhecida, não quero ferir eventuais susceptibilidades...

19
Abr17

A Amiga Genial

Miúda Opinativa

Acabei de ler, no fim de semana, A Amiga Genial, de Elena Ferrante.

 

Antes de falar sobre o livro em si, acho interessante falar um bocadinho de Elena Ferrante. Quer dizer, não é possível falar muito sobre ela, uma vez que, na verdade, Elena Ferrante nem sequer é o verdadeiro nome da autora, mas sim um pseudónimo. A autora tem querido manter o seu anonimato e tem conseguido, apesar de no Outono do ano passado, um jornalista ter escrito um artigo em que revelava a sua identidade. Se era verdade ou não, não sei.

 

O que sei é que esta história fez-me interessar pelo livro. Isso e, claro, as críticas bastante positivas. Explicando um bocadinho, A Amiga Genial é o primeiro de uma série de 4 livros que contam a história de duas amigas de Nápoles nascidas no pós-Guerra, Elena e Lila, desde a infância até à velhice. A Amiga Genial passa-se, então, entre a infância e a adolescência.

 

De uma forma geral, gostei do livro. Está muito bem escrito, a forma como a história é narrada é interessante e as personagens estão muito bem construídas. Apesar de a história se desenrolar há mais de 50 anos, acho que é impossível não nos identificarmos, pelo menos uma vez, com aquilo que as personagens vivem e experienciam, sobretudo se formos raparigas e tivermos tido uma amiga, uma grande amiga, com quem crescemos. É verdade - enquanto lia a história, não consegui deixar de pensar em mim com aquela idade e na minha grande amiga. Não conseguimos também deixar de pensar no nosso próprio crescimento e desenvolvimento.

 

A história e a forma como o livro está escrito permite-nos um forte envolvimento com as persongans. Às vezes irritam-nos, às vezes faze-nos felizes, às vezes temos pena delas. E quando um livro consegue isso é porque, penso, o livro é bom e vale a pena :)

 

Foi um livro bastante interessante. Tendo fugido um pouco do registo que tenho lido nos últimos tempos, estava à espera de demorar a entrar na sua leitura; contudo, não aconteceu. Agora... É ler os seguintes ;)

18
Abr17

Vacinação

Miúda Opinativa

Eu não tenho filhos e, muito sinceramente, não sei se os vou querer ter alguma vez. Gosto muito dos meus sobrinhos - até já fui nomeada a "tia maluca", que era o meu objectivo -, mas ainda não tive esse chamamento maternal (e ainda bem, que tendo em consideração a conjuntura, acho que nunca vou ter condições para ter filhos. Mas pronto, essa é outra questão).

 

Assim, abstenho-me, muitas vezes, de dar algumas opiniões acerca de determinadas questões. Aliás, a verdade é que, para muitas situações, nem sequer tenho uma opinião. Uma grávida a fazer desporto? Ela que faça - se o faz é porque se sente bem. Uma grávida a comer sushi? Ela que coma - acredito que se o faz, é porque tem o consentimento do médico.  Acredito que, na maioria das vezes, as mães e os pais querem os melhores para os seus filhos e se fazem desporto, comem sushi ou fazem o pino, é porque essa foi uma decisão ponderada. Provavelmente, saberão aquilo que há para saber sobre as situações e, portanto, não precisam da minha opinião. Por outro lado, se se estão a marimbar e fumam 1 maço de cigarros durante a gravidez, também não é a minha opinião que as vai fazer mudar de ideias.

 

No entanto, há outras situações em que sim, tenho opinião e muitas vezes, muito fundamentalista. Uma delas é a vacinação. Se há coisa que me enerva, mesmo muito a sério, são aquelas pessoas que decidem que não vão vacinar os filhos. Não, aí não admito "a mãe (ou o pai) é que sabe". E não, não vou pedir desculpa a quem não concorda comigo. É que graças a essas personagens têm existido situações muito complicadas. Como esta, aparentemente.

 

Vamos lá ver uma coisa - sim, as vacinas podem ser um negócio. Mas as vacinas salvam, literalmente, vidas. Salvam as vidas das crianças vacinadas e da comunidade. Não é apenas a vida da criança não vacinada que fica em risco - é também a vida de quem está à volta da criança. Pergunto-me, muitas vezes, o que passa na  cabeça destes paizinhos e mãezinhas tão "pós-modernos", inovadores, disruptivos - ou, apenas, estúpidos. O que é que passa na cabeça deles? O que é que pensam que vai acontecer às suas crianças? Segundo esta reportagem do Observador, as mães optam por não vacinar as crianças porque não se confia nas vacinas, questionando-se a sua composição e receando-se que sejam tóxicas. Existirão, também, estudos que relacionam a vacina do sarampo com problemas intestinais e com o aparecimento do autismo. Isto é para rir, certo? Vacinas tóxicas que podem fazer mal às crianças? Mas o que é que esta gente anda a fumar? A sério, é que se é para viver numa realidade alternativa, então também quero. E a história do autismo, então... Isto é grave.

 

É grave uma mãe dizer que "prefere que o filho tenha a doença [que até pode matar - pormenores] do que a vacinana", porque "o sistema imunitário deve travar uma batalha sozinho". A minha questão é - se estas pessoas estiverem doentes, também não vão ao médico?

 

A não vacinação é uma moda estúpida - mais estúpida que os selfie sticks -, e para mim, os pais que optam por isto deviam ser acusados de negligência.

 

Sim, os pais é que sabem, mas se os pais não querem vacinar os filhos, então os pais não sabem nada.

 

 

17
Abr17

Caveman

Miúda Opinativa

Na semana passada fui ver, ao Villaret, a peça Caveman, com o Jorge Mourato.

E embora não tenha, de todo, a pretensão de ser uma crítica de teatro, permitam-me dizer que vale MUITO a pena. Tal como diz a sinopse, é uma comédia sobre Homens e Mulheres. Assim, o Jorge Mourato empreende o seu monólogo acerca da forma como os Homens e as Mulheres se relacionam e as diferenças entre eles. E embora seja hilariante - que é mesmo -, é tudo super verdade. Claro que as histórias podem ser exageradas, claro que são apresentados protótipos, estereótipos, mas no âmbago... É mesmo assim.

 

A verdade é esta - Homens e Mulheres são diferentes. E isto não é um problema, muito pelo contrário. É essa diferença que torna este Mundo bem mais interessante . O problema, acho, é quando os homens estão à espera que as mulheres sejam como eles e quando as mulheres estão à espera que os homens sejam como elas. Tem é que haver respeito por essas diferenças - e isso, bem, isso é que às vezes pode ser mais difícil.

 

A peça está francamente interessante porque nos mostra precisamente isso - sim, mostra-nos o óbvio, mas às vezes é preciso que o óbvio nos seja mostrado e apresentado desta forma, meio a brincar mas falando muito a sério, para conseguirmos olhar para nós próprios e para as nossas relações e reflectirmos sobre quem somos e o que fazemos. E o que esperamos dos outros.

 

É uma peça muito simples e o Jorge Mourato está fantástico - e esteve muito bem quando, de repente, disse a uma pessoa para desligar o telemóvel, porque não gostaria nada de ter comprado um bilhete para a peça e ter alguém perto de si constantemente a  mexer no dito. Realmente, as pessoas precisam de se desligar...

 

Vale a pena e se tiverem oportunidade, vejam.

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  76. O
  77. N
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