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Opiniões e Postas de Pescada

Opiniões e Postas de Pescada

17
Fev17

Papel VS. E-book: A Miúda Opinativa pede as vossas Postas de Pescada

Miúda Opinativa

Se há coisa que eu gosto e com a qual perco a cabeça é livros. Desde miúda que os adoro. Adoro ler. Se me oferecerem livros, fico feliz. Se estou de neura, compro livros e fico melhor. Se estiver uma tarde inteira a ler, fico feliz. Digo, muitas vezes, que quem gosta de ler nunca fica sem nada para fazer. Digo, muitas vezes, que quem gosta de ler nunca fica sozinho. Por isso, quem gosta de ler é um sortudo. Porque tem acesso ao infinito, descobre coisas novas, aprende tudo o que quiser aprender.

 

O meu namorado é igual. Embora os nossos gostos literários não sejam exatamente iguais (ele não gosta de Eça!!), também ele adora ler. Também ele não se importa de ficar à espera porque fica a ler. Antes de começarmos namorar, foi também isso que me fez pensar "epá... este vale a pena!". Ficávamos horas (e ainda ficamos) a falar sobre livros. Sobre o que gostávamos e o que não gostávamos. Sobre livros interessantes e desilusões. Sim, essa é outra vantagem de se ler - desde que a outra pessoa também leia, há sempre assunto para falar. 

 

A diferença entre o meu namorado e eu, para além de algumas preferências literárias, prende-se com o formato da leitura. Eu sou old school, gosto de "livros livros", do papel, do cheiro a papel, do folhear. De abrir um livro pela primeira vez, quando ainda não está completamente maleável. De o tratar bem (os meus livros estão praticamente novos e é raro emprestar a alguém - e só mesmo a pessoas de MUITA confiança, que sei, por exemplo, que não dobram páginas [dor]), de lhe pegar, de sentir o peso (e nalguns casos, que peso...). Já o meu namorado é fã incondicional dos e-books. Quando começámos a namorar, usava um KOBO, mas tinha um Kindle antigo. Partiu o KOBO e agora usa o Kindle. Adora e durante meses e meses, tentou mostrar-me as vantagens. E eu não nego, tem imensas vantagens. Poupa-se dinheiro, poupam-se árvores, poupa-se espaço (e, senhores, isso é importante, muito importante. Eu já não tenho espaço para ter os livros arrumados como deve ser e nem sei muito bem como vou fazer quando, um dia, eventualmente, arranjar a minha casa que há-de ser, muito provavelmente, um pequeno e limitado cubículo). Num Kindle / KOBO, cabem milhares e milhares de livros. Eu não nego as vantagens. Tanto não neguei que no Natal, e percebendo que eu jamais compraria um bicho desses, o rapaz ofereceu-me um Kindle fofinho, pequenino e levezinho. 

 

E sim, é verdade, aquilo é uma maravilha. Livros a perder de vista, o bicho é pequeno e leve (cabe no bolso do casaco), e não torna a leitura cansativa como eu julgava que tornasse. Não sei muito qual é a tecnologia, mas basicamente o efeito para os olhos é o mesmo que uma folha de papel, uma vez que o écran não é brilhante como, por exemplo, o écran de um tablet. Ou seja, precisamos de luz para ler, não é posível usá-lo às escuras. Também tem desvantagens, claro, nomeadamente o ficar sem bateria (e sem bateria, não há leitura) e a possibilidade de, ao cair ao chão, se partir. E, obviamente, nada disto acontece com os livros. 

 

Ainda assim, não me desligo dos "livros livros". Tenho uma série deles que comprei há pouco tempo para ler e não acredito que vá deixar de os comprar. A minha relação com livros tem muito de irracional e o seu consumo é muito impulsivo. Há quem compre sapatos, eu compro livros :P

 

Ao contrário do que tem acontecido, este post não é uma Posta de Pescada "definida", no sentido em que não vou favorecer nenhum lado da equação. Reconheço as vantagens das duas opções mas também considero que ambas têm limitações.

 

Mas tenho curiosidade: desse lado, e se alguém me ler hoje, o que preferem? São old-school ou modernos? Ou são assim um meio-termo como eu? Também têm uma relação irracional e emotiva com os livros?

 

Contem-me coisas :)

15
Fev17

Catch-22

Miúda Opinativa

Catch-22 (em Português, Artigo 22), de Joseph Heller, é um romance histórico americano, satírico, publicado em 1961 e que é considerado uma obra-prima da literatura americana, sendo, segundo consta (não consegui confirmar), leitura obrigatória no Ensino Secundário.

Passa-se no final da II Guerra Mundial e conta a história de Yossarian, um soldado da Força Aérea Americana e que está sempre à espera de atingir o número definido de missões para poder regressar a casa. Contudo, sempre que está a atingir essa "meta", o número obrigatório de missões aumenta. O livro conta, assim, a história de Yossarian e dos seus companheiros ao longo daqueles meses.

 

Ora, como referido, o livro é uma sátira. Assim, a história é contada sempre em tom de loucura, com episódios caricatos (mais do que caricatos, diga-se) e diálogos meio loucos que nos fazem pensar "wait, whaaaat???".

 

A título de exemplo, apresento um diálogo que decorreu mais ou menos assim:

 

- Você está a ser acusado de um crime.

- Que crime? 

- Isso ainda não sabemos, mas está a ser acusado de um crime. 

- Mas qual crime? 

- Vamos ver. Assine aqui esta folha.

...

- Pronto, o crime de que está a ser acusado é não ter assinado a folha com a sua letra verdadeira.

- Mas como? Esta é a minha letra.

- Não, a sua letra é esta - e apresenta uma folha manuscrita com outra letra.

- Não, a minha letra não é essa. É esta, da assinatura. 

- Não, vocês assinou com uma letra que não é a sua. E por isso vai ser acusado de crime.

 

 

A loucura do livro, dos diálogos, da história, do Artigo 22 (segundo este artigo, no livro, um soldado podia ir para casa se manifestasse loucura. Contudo, se um soldado dissesse "eu estou louco, tenho que ir para casa", não poderia ser considerado louco, porque o querer ir para casa e querer deixar de combater seria uma manifestação de sanidade mental e, portanto, estaria mentalmente capaz de combater. Por outro lado, se o soldado dissesse "eu quero ir combater", já poderia ser considerado "maluco" - porque só uma pessoa que não estivesse mentalmente sã poderia querer continuar a combater - e, portanto, poderia ser desmobilizado) são, na verdade, uma grande metáfora para a loucura que é a Guerra, para a loucura que foi a II Guerra Mundial. E penso que isso será, sem dúvida, o seu grande ponto de interesse. Tem diálogos loucos, surreais, mas que nos fazem pensar e reflectir sobre a condição humana.

 

No entanto, penso que em certas ocasiões foi um bocadinho "too much" e que fazia perder o interesse. Demorei a entrar no livro e demorei bastante tempo a lê-lo (comecei na semana entre o Natal e o Ano Novo e só acabei de o ler no Sábado). Não é que não estivesse a gostar, mas a verdade é que exigia de mim um grau de atenção e uma disponibilidade mental que nem sempre conseguia ter. E, lá está, por vezes o "too much" acabava por me querer fazer desistir. Mas eu sofro de perturbação obsessivo-compulsiva e não consigo deixar livros a meio (não, não sofro mesmo a sério, tenho é uma série de manias, ah ah). E vai daí que decidi que tinha que o acabar no passado fim-de-semana. E acabei.

 

Na generalidade, gostei. Não adorei, mas gostei. Foi uma leitura interessante, mas sei que não é para toda a gente. Basta ver os comentários no Goodreads e que eu consigo perceber perfeitamente.

 

Dei-lhe, naquela rede social, 3 estrelas.

 

 

18
Jun16

Contagem Decrescente - Ken Follett

Miúda Opinativa

O Ken Follett é o autor de três dos meus livros favoritos de sempre. A Trilogia "O Século". São três livros que, embora com algumas - pequenas - limitações, são muito muito muito bons. E que apesar das quase 1000 páginas cada, se lêem sem se dar por isso.

 

Li outros livros deste autor e apesar de nenhum deles ser tão bom como qualquer um daquela Trilogia, considerei-os sempre muito bons. Especialmente o "Estilete Assassino".

 

Há umas semanas, aborrecida com algumas situações, resolvi optar pela minha terapia de compras de livros. Queria um livro interessante, que me prendesse. E dei de caras com este. E teve que ser este. Ken Follett, Guerra Fria, Espiões... Tinha tudo para ser um livro bom, muito bom. Só que não (ou, como se diz agora, #sqn).

 

O melhor do livro é, sem dúvida, a premissa que está na base da história:

 

"1958: A Guerra Fria está no auge, os Soviéticos ultrapassam os Americanos nos primeiros passos da corrida para a conquista do espaço. Claude Lucas acorda, uma manhã, na Union State de Washington. Vestido com roupas de vagabundo, está afectado por uma amnésia que o impede de se recordar, entre outras coisas, do seu estatuto profissional. Acontece que ele é uma personagem central do próximo lançamento do Explorer I, um foguetão do exército dos EUA. Anthony Carroll, agente da CIA e velho amigo de Lucas, anda a seguir o caso. E convém-lhe que a amnésia não passe tão depressa..."

 

Isto é interessante, certo? O que é que raio aconteceu ao Lucas? Quem é o Lucas? É um espião soviético? É um americano "fiel" ao seu país? O que é que aconteceu? A verdade é que passadas as primeiras páginas - as mais interessantes -, rapidamente se percebe quem é quem e qual o seu papel na história. Porque, infelizmente, este livro está cheio de lugares-comuns, personagens previsíveis e sem grande profundidade. Chegamos lá rapidamente, não é preciso ser-se um Sherlock Holmes.

 

Como se a previsibilidade não fosse suficiente, temos, ainda, a componente romântica do livro. Não que eu me orgulhe disso, mas nos meus 16 anos consumi alguns livros do Nicholas Sparks. E porque é que essa informação é importante para esta opinião? Porque a componente romântica do livro me fez lembrar - e muito -, os livros do Nicholas Sparks. E perdoem-me os fãs desse autor, mas isso não é um elogio. Cenas de amor forçadas, diálogos descabidos, clichés ridículos. É assim que se desenrola o "amor" neste livro. Uma pirosada desnecessária, portanto.

 

É um livro que tinha tudo para ser interessante, mas que se perdeu, completamente, no caminho. Diálogos forçados, história mal interligada, sempre a achar-se "mas, mas... Não era isto!".

 

De interessante tem o facto de se desenrolar em dois momentos: 1941, quando as personagens eram estudantes universitários e os EUA entraram na II Grande Guerra (o que me faz lembrar de um dos episódios mais idiotas e descabidos do livro...) e 1958, em plena Guerra Fria. De resto... Foi uma desilusão.

 

08
Mai16

Daqui a nada

Miúda Opinativa

Acabei de ler, ontem de manhã, o Daqui a nada, de Rodrigo Guedes de Carvalho.

 

Foi depois de o ler que soube que este é o primeiro romance do autor, escrito com 20 anos. E ao perceber isto fiquei "Wait.. What?" Como é que alguém com 20 anos consegue escrever daquela forma? Como é que alguém, com 20 anos, consegue imprimir tamanha profundidade às palavras, às freases, aos parágrafos?

 

É um livro que fala de relações falhadas, de promessas por cumprir, de sonhos e vidas desfeitas. De esperança e de desesperança. De vida. E de morte. De desaparecimento. De apagamento. 

 

Gostei. Não foi um livro fácil de ler. Pela escrita, pela forma como está construído (e desconstruído), pela minha vida nas duas últimas semanas. Mas gostei. Pela profundidade e pela reflexão que me permitiu.

 

Dei-lhe 4 estrelas no Goodreads.

01
Mai16

A Sobrevivente

Miúda Opinativa

Depois da frustração que foram as "Raparigas Cintilantes", fui para "A Sobrevivente", de Lisa Gardner. Fui sem quaisquer expectativas - ok, a sinopse parecia interessante, mas a das "Raparigas Cintilantes" também parecia e foi o que foi. Não fui ao Goodreads, não pesquisei na internet, não nada. Tinha o livro cá em casa, pareceu-me uma boa opção e lá fui eu.

 

E aconteceu-me uma coisa que não acontecia há muito tempo. Li o livro no fim-de-semana passado, em 2 dias. Foram dois dias socialmente preguiçosos, em que nem o bom tempo não me fez sair de casa. Mas a verdade é que o livro me prendeu. Muito. A história segue rápida, as personagens são interessantes e vão sendo construídas e reveladas ao longo da narrativa. Admito que percebi (ou desconfiei) quem era o assassino talvez cedo de mais, o que poderia tirar algum interesse à escola. Mas, no meu caso, o facto de desconfiar faz-me ficar ainda mais interessada, para perceber se sou tãp inteligente quanto penso ser - muah, muah, muah!

 

Não é, claro, um livro muito profundo e que nos faz pensar no sentido da vida. Não é um livro com uma escrita complexa nem com uma narrativa desconstruída. Não; é um livro cuja leitura foi rápida e fácil. Mas prende. Descobri, mais tarde, que afinal este livro faz parte de uma série - Série Detective D. D. Warren -, e a verdade é que fiquei com alguma curiosidade de ler os outros.

 

24
Abr16

As Raparigas Cintilantes

Miúda Opinativa

Acabei de ler, há uns dias, o livro "As Raparigas Cintilantes", de Lauren Beukes. E estão a ver aquela situação em que têm óptimos ingredientes para fazer um prato espectacular mas, somehow, o cozinheiro acaba por estragar tudo? Foi mais ou menos isso que aconteceu.

 

Ingredientes:

Temos um serial killer viajante no tempo que tem uma lista de raparigas para matar. Temos uma sobrevivente desse serial killer, estudante de jornalismo, que resolve iniciar uma investigação para descobrir quem a tinha tentado matar e que vai contar com a ajuda do chefe dela, também jornalista e com um passado ligeiramente conturbado.

 

Tem bons ingredientes, certo?

 

Pois. Mas a Lauren Beukes não conseguiu concretizar. Engonhou, a investigação não seguiu uma linha tão interessante como poderia ter seguido, o chefe apaixonou-se pela sobrevivente e desenvolveram ali uma quase relação de romance de revista, o serial killer não tinha grande profundidade... Eu sei lá. Podia ter sido muito bom, mas foi só "ehhhhh".

 

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