Eu tenho imensas coisas em mim de que não gosto. Coisas mais "fúteis" como, por exemplo, o facto de ter os joelhos gordos e defeituosos e coisas mais... chatas.
Sou ansiosa e pessimista. Penso sempre o pior de mim. Não acredito em mim. Lido mal com uma série de questões. Sou insegura.
E compenso o stress e tristeza e ansiedade com comida. Nestes momentos, a minha compulsão aumenta ainda mais. Sou capaz de comer uma tablete de chocolate inteira ou uma embalagem de gelado ou um pacote de bolachas. Sozinha. A minha sorte é que o desporto faz parte da minha vida desde sempre e assim se vai equilibrando, pelo que o problema é "só" interno.
No outro dia, recebi uma notificação no telemóvel da Booking, onde apresentavam uma qualquer promoção na reserva de alojamentos.
E fiquei "triste". Porque não tenho nenhuma viagem planeada nem sequer a perspectiva de planear qualquer viagem. Porque há Covid e eu lido mal com a incerteza associada a viagens. Mas, também, porque não consigo planear férias no meu trabalho... Face ao que está a acontecer e se prevê que vá acontecer até ao final do ano, estou a ver que sou capaz de passar 10 dias de férias para 2021 (isto se conseguir gozar uns dias entre o Natal e o Ano Novo).
Anyway... Fiquei triste. Porque gosto de viajar e embora não seja a pessoa que mais viaja, essa possibilidade motiva-me, alimenta. E este ano... Não vai acontecer mais, parece-me.
No entanto, depois de ter ficado triste, apercebi-me o quão parvo é ficar triste por causa disto. Porque tenho saúde, tenho trabalho, tenho um tecto e o nosso país está em paz. Não corremos o risco de acordar à noite bombardeados ou incendiados. É fútil ficarmos tristes porque não podemos viajar. É fútil ficarmos tristes porque temos que usar máscara. É fútil ficar triste porque não consigo planear as coisas no meu trabalho (e não estou a falar de férias). Porque, no final do dia, está tudo bem. Estamos bem. Estou com saúde.
Mas... estou triste. E às tantas já nem sei se é por causa disto ou se é por causa de razões mais profundas. Se é por ser Setembro, o que me deita sempre abaixo e agora ainda mais.