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Opiniões e Postas de Pescada

Opiniões e Postas de Pescada

30
Ago18

Ser mulher é lixado*

Miúda Opinativa

Termos o período todos os meses, mesmo com todo o desconforto associado (que pode ir desde má disposição, a dores de rins, passando por dores de barriga - só para enumerar o básico) não constitui o pior de ser mulher.

 

O pior de ser mulher é termos que ter leis que regulamentem os salários iguais.

O pior de ser mulher é não podermos sair à noite descansadas com medo de sermos violadas.

O pior de ser mulher é ouvirmos, em situações em que somos assertivas, que estamos nos "dias difíceis" - não porque temos razão, não porque não podemos admitir que passem por cima de nós.

O pior de ser mulher é irmos na rua e sermos comidas com os olhos - mesmo que levemos um macacão "tapadinho".

O pior de ser mulher é não sermos levadas a sério, é interromperem-nos quando estamos a falar para dizerem o mesmo que estamos a dizer - mesmo que ocupemos cargos superiores.

O pior de ser mulher é ao repararmos que temos um top ao contrário e decidirmos despi-lo e voltar a vesti-lo, numa questão de segundos e de forma quase escondida (o que já de si não faz sentido), sermos penalizadas por isso, enquanto que os nossos pares homens podem tirar a t-shirt e andarem a pavonear os seus abdominais nos courts de ténis.

O pior de ser mulher é não entrarmos na casa da nossa tia porque fomos raptadas por um grupo de homens que nos manteve em cativeiro durante 2 meses, tendo-nos violado, batido e tatuado durante todo esse tempo.

 

É incrível como em 2018 tudo isto continua a acontecer. É incrível como as mulheres continuam a ser mal-tratadas. É incrível como continuam a existir double-standards.

 

Eu gosto muito de ser mulher. Mas às vezes é fodido ser mulher.

*E o que eu queria dizer era mesmo "fodido"

29
Ago18

Do mau profissionalismo

Miúda Opinativa

Tira-me do sério.

 

Maus profissionais, pessoas sem brio, sem preocupação. Pessoas que, independentemente das hard skills, não têm o mínimo de cuidado.

 

Tira-me do sério. No meu trabalho, tenho que lidar com algumas empresas e nesta relação, eu sou a cliente. Cliente. Não que eu seja da opinião que o cliente tem sempre razão, mas penso que se eu estou a "vender" um serviço, tenho que tratar bem os meus clientes. Dar-lhes informação a tempo e horas, mantê-los ao corrente da situação, ser sincero. É o mínimo.

 

Mas às vezes, nem o mínimo acontece. Os pontos de contacto deixam a empresa e não dizem nada ao cliente. Os pontos de contacto deixam a empresa e não são capazes de passar a pasta. Os pontos de contacto deixam a empresa e a empresa também não é capaz de dizer que esse ponto de contacto saiu. Temos que andar nós, clientes, a escavar e só quando perguntamos "mas o que é que aconteceu", é que nos dizem que a pessoa saiu.

 

Juro que não percebo. Juro.

28
Ago18

Fim do Verão

Miúda Opinativa

Eu sei, eu sei. O final do Verão ainda vai longe. Mas estamos no final de Agosto, Setembro já está aí... E de repente, parece que chegámos ao final do ano.

 

E Setembro, como escrevi no ano passado, é um mês estranho. Bom, no ano passado, Setembro revelou-se, de facto, um mês terrível. O pior dia da minha vida - a pior semana, o pior mês -, aconteceu em Setembro do ano passado.

 

E não sei se é por isso ou porque, por definição, Setembro é um mês estranho para mim, sinto-me melancólica e ligeiramente depressiva com o final do Verão - que ainda falta, eu sei.

 

E o pior? Nem sei explicar porquê. Talvez porque as minhas dúvidas existenciais se mantém; talvez porque não cumpri, ainda, alguns dos meus objectivos; talvez porque, lá está, traga as memórias do ano passado. Mas não gosto deste sentimento. Sinto-me, muitas vezes, perdida, desligada. Melancólica.

 

Preciso de Vitamina D.

27
Ago18

Coisas que me aborrecem

Miúda Opinativa

A esta altura, já deverão ter percebido que existem várias coisas no Mundo que me aborrecem.

 

E uma das coisas que me tem aborrecido ultimamente é ir a alguns restaurantes e, digamos, ser roubada.

 

Eu explico.

 

Neste contexto de guerra ao plástico (que eu compreendo e sou a favor), surgiu um serviço de "água purificada" servido nos restaurantes. Assim, ao irmos ao dito restaurante e pedirmos uma garrafa de água, é-nos servida uma garrafa de vidro com água local "purificada" - ou seja, água da torneira que passa por um sistema purificador e depois é engarrafada numa garrafa de vidro que depois será, julgo, reutilizada.

 

Ora... Isto aborrece-me. Porque estou a pagar uma quantia demasiado elevada por... água da torneira. Reparem: eu bebo água da torneira, não é isso que me apoquenta. Mas não bebo água da torneira em todos os concelhos. No Algarve, por exemplo, não bebo, porque a água é demasiado pesada. Por outro lado, mesmo que eu queira, num restaurante, beber água da torneira, e embora até admita pagar por isso (embora... enfim), não me faz sentido pagar um pequeno balúrdio por isso.

 

Sim, é "purificada", mas isso soa-me a banha de cobra. Desde sempre que aqueles jarros utilizados em casa para purificar a água me soam a algo estranho, mas pronto, tudo bem - afinal, os jarros não eram meus, os purificadores não eram meus e não era eu que gastava dinheiro na coisa. Mas agora isto... Não me faz sentido. E sim, sinto-me roubada.

24
Ago18

Tempos Modernos

Miúda Opinativa

Este não é um tema novo. Não vou escrever nada que já não tenha sido escrito milhares de vezes, sobre o que já não se tenha reflectido milhares de vezes. 

No entanto... No entanto, muitas vezes, faz-me confusão este mundo em que vivemos. Este Mundo das Redes Sociais. Em que mais importante do que estar, é mostrar-se que se está. Nem é mostrar-se que se esteve... É mostrar-se que se está. 

 

Ontem fui ver o David Fonseca às Festas do Mar, em Cascais. Não sendo uma daquelas fãs que chora pelos seus ídolos, fiquei bastante entusiasmada quando soube que ele ia. Porque, admito, tenho uma crush pelo David Fonseca. 

 

Então ontem lá fui, pronta para dançar, pronta para cantar, pronta para aproveitar. E, de facto, aproveitei. 

 

Mas a dada altura apercebi-me que houve pessoas que viram todo o concerto pelo ecran do telemóvel. Atenção, não estou a dizer que tiraram uma ou outra foto ou que filmaram um ou outro refrão. Não; aquelas pessoas viram praticamente TODO o concerto pelo ecran do telemóvel. Porque mais importante do que ver, de facto, o concerto, é fazer o vídeo em directo para se mostrar que se está no concerto. 

 

E mais importante do que gravar o concerto na nossa memória, é tirar fotografias. Não para as guardar no telemóvel nem tampouco para as publicar a posteriori; não, para as publicar no momento, porque, claro, o importante é mostrar no presente que se está lá, não vá ser atropelada por uma camião e assim ninguém sabe que esteve lá. E isto é parvo, porque enquanto que está à procura do filtro perfeito e se escreve a legenda ideal, não se está a fazer aquilo que, de facto, deveria ter levado ao concerto, que é... aproveitá-lo. 

 

Eu não sou contra as redes sociais, de todo. Acho que podem ser uma ferramenta muito útil e muito gira. No entanto, admito que me faz confusão este seu uso - porque uma coisa que tinha como objetivo unir as pessoas, supostamente, está, afinal, a separar-nos, isolar-nos. 

 

E eu pergunto-me se quem criou estas redes tinha noção, ao criá-las, que isto iria acontecer. 

21
Ago18

Perdemos as amigas quando elas se tornam mães? Perdemos as amigas quando "nos tornamos" mães?

Miúda Opinativa

Este é um assunto sensível, eu sei. Aliás, mesmo que não tenhamos em conta que hoje em dia TUDO é um assunto sensível, tudo aquilo que envolve a maternidade é um assunto sensível. Amamentar ou não amamentar, dizer "Não" ou não, pôr as crianças em milhares de atividades ou não, dar colo ou não, etc., etc., etc. 

 

Mas a questão das amizades é igualmente sensível. Não, não influencia diretamente a forma como as crianças são educadas, mas será que não influenciará indiretamente? 

 

Como em quase todas as histórias, esta é uma moeda com dois lados. Assim, de um lado temos as amigas sem filhos, que a dada altura pensam que perderam as suas amigas quando estas se tornaram mães porque elas só pensam nas suas crias; do outro, temos as amigas com filhos, que a dada altura pensam que perderam as suas amigas que não têm filhos porque elas continuam a viver as suas vidas com maior leveza. E a verdade é que ambos os lados da moeda terão razão... 

 

Enquanto rapariga de 29 anos com amigos com filhos, sinto, muitas vezes, que estou num patamar completamente diferente do dos meus amigos com filhos. Não abaixo, não acima, mas diferente. E sinto, claro que sinto, que a disponibilidade deles para a nossa amizade mudou. Mas como poderia ser diferente? Ainda bem que é assim! Têm crianças para educar e as suas vidas não se podem manter iguais ao que eram antes de as crianças aparecerem. Isto parece óbvio. Assim, não, não me irrita a sua "indisponibilidade". 

 

O problema é quando deixamos de ser empáticos com o outro, quando deixamos de nos conseguir pôr nos sapatos do outros. Quando não se percebe que lá porque a nossa vida mudou radicalmente, por nossa própria vontade, a vida dos que nos são próximos não tem que mudar também e ninguém tem que ficar "preso" a nada. Por outro lado, o problema é quando  não se percebe, não se compreende, que a vida dos outros mudou e que se eu quero que respeitem a minha opção, que não sejam paternalistas comigo ou condescendentes porque não sou, ainda, realmente adulta, então também tenho que respeitar e perceber que a vida dos meus amigos mudou radicalmente.

 

O problema é quando nos tornamos indisponíveis. Porque este é, parece-me, o conceito-chave. Disponibilidade. Compreensão (vá, dois conceitos-chave). E penso, acredito mesmo, que quando somos mais compreensivos, empáticos e disponíveis, as coisas resultam melhor. Tem é que ser de parte a parte, claro.

 

E isto é transversal a tudo e não apenas à dualidade amigas com filhos VS. amigas sem filhos. Mas bem, isso é outro tema.

 

 

20
Ago18

CP... Outra vez a CP.

Miúda Opinativa

Ser utilizadora dos Transportes Públicos constitui, frequentemente, uma enorme prova de resistência. Resistência física e psicológica. Às vezes apenas uma destas, outras vezes, na maioria delas, ambas ao mesmo tempo. 

 

No dia 10 de Agosto, como escrevi por aqui, fui para o Algarve no Alfa-Pendular. Saí de Lisboa com um atraso de 20 minutos, a carruagem não estava particularmente fresca, mas a viagem acabou por se fazer sem grandes precalços. 

 

Cheguei ao Algarve e tive a minha semana de férias que pretendia - sopas e descanso. Muita praia, corridas com o melhor cenário, muitas braçadas no melhor mar. Enfim, o que eu queria. 

 

Até que ontem foi dia de regressar. Vim, novamente, pela CP, mas desta feita no Intercidades e em 1ª Classe. 

 

E ao chegar à minha carruagem (depois de me ter enganado na carruagem e ter ido parar a uma outra em perfeitas condições), percebi o que significa, para a CP, uma carruagem de 1ª Classe. Significa, pois claro, uma carruagem com sauna incorporada. 

 

Ao sentir o calor, pensei, ingenuamente, que tinham desligado o A/C momentaneamente... Mas ao reparar nas pessoas que iam ali, percebi que não... Eu vi leques a abanar, vi crianças em tronco nu, vi pessoas completamente transpiradas. Perguntei ao rapaz que ia ao meu lado há quanto tempo é que aquilo estava assim e ele disse que desde Faro... Desde Faro. 

 

Sim, o Ar Condicionado estava avariado. Mas SÓ na minha carruagem, aparentemente. 

 

O Revisor, que não tem culpa nenhuma das condições das carruagens, também não ajudou com as suas respostas idiotas. A dada altura, parecendo (mas só parecendo) que estava mais fresco, teve a lata de dizer "olhe, agora está mais fresco, é melhor que nada". 

 

Foram horas de sofrimento, em que o calor era imenso. E isto, para quem tem tensão baixa (guilty) é muito complicado de gerir. Suava por todo o lado, sentia-me suja e só queria chegar a Lisboa. Foram as 3 horas de viagem mais difíceis, fisicamente, da minha vida. E só não digo psicologicamente porque enfim. 

 

Mas como se isto não bastasse, como se isto não fosse suficiente, a dada altura ficámos sem luz na carruagem. Mais uma vez... apenas na nossa carruagem. Esse problema foi resolvido mais rapidamente, mas, ainda assim, não se admite. 

 

Estou cansada da CP. Tenho que usar a CP todos os dias, para trabalhar, mas estou cansada. Estou cansada que as carruagens estejam no estado em que estão e que quem lá trabalha não tenha o mínimo de tacto nem de cuidado. Que as políticas não compensem o estado das carruagens. 

 

Ontem, durante 3 horas de viagem, nunca mais vi o Revisor nem ninguém da CP. Ninguém estava minimamente preocupado com os passageiros - que incluíam crianças e idosos, população especialmente vulnerável a estas situações de calor. Ninguém se preocupou em oferecer águas aos passageiros. Ninguém sequer passou para ver os bilhetes. 

 

E isto enerva-me e revolta-me. Porque pagamos por um serviço que não corresponde minimamente às expectativas. E continuamos a andar alegremente por aqui como se nada fosse. 

 

Obrigada CP. Obrigada. 

16
Ago18

Somos Cães ou Gatos?

Miúda Opinativa

Há duas semanas, no trabalho, em conversa com uma colega minha sobre animais, ela disse-me que, em termos de personalidade, eu sou mais Gato do que Cão. 

 

COMO ASSIM??

 

Eu explico a minha indignação... Os "Cat Lovers" que me perdoem, mas eu não gosto de gatos. Não sou mesmo fã. Para além de não os achar, na maioria dos casos, animais bonitos, acho que são traiçoeiros, tricky, sneaky... E eu não sou nada assim. Sou leal até ao fim (e por vezes demasiado), não sou cínica nem traiçoeira. Posso até nem dizer tudo o que penso a toda a gente (porque, enfim, existe hierarquias e moralidade social), mas também não me faço de simpática e queridinha quando penso que a pessoa não merece. Se perco por ser assim? Às vezes sim. Mas não consigo. 

 

Mas fiquei naquela... Perguntei ao meu namorado o que é que eu era: Cão ou Gato. E ele disse-me Gato, sem pestanejar. MAS COMO? Ao que ele me explicou que não se tratava de cinismo, mas sim de independência. Eu sou indepentente, não preciso de andar a "abanar o rabo" a chamar a atenção nem de festas constantes. Ok... Percebo... Mas... Gato?? 

 

Perguntei a umas amigas minhas e a resposta foi exactamente a mesma. Pronto, começo a desistir. A minha irmã disse-me o mesmo. AIIIII!! Prova dos 9: a minha mãe. Se eu não gosto de gatos, a minha mãe tem fobia a gatos... Sempre quero ver a sua resposta. 

 

Mas não consigo deixar de pensar... Será que conseguimos, de facto, dividir as nossas personalidades em cães vs. gatos? Será que só podemos ser um ou outro?

Depois de tantas respostas a apontarem no mesmo sentido, eu comecei a dizer que não, sou um cão com personalidade de gato. Ou seja, uma pessoa que até é boa pessoa e, eventualmente, fofinha, mas não o demonstra facilmente. 

 

E vocês? São cães ou gatos?

15
Ago18

Sobre os passos importantes - parte II

Miúda Opinativa

Uma outra questão sobre os "passos importantes" que me faz pensar e o seu grau de importância em relação ao momento em que esses passos são dados.  

 

Ontem falei sobre a entrada na Faculdade... Obviamente, e tendo tido uma infância e adolescência sem grandes precalços nem aventuras, esse momento constituiu, na altura, um passo importante, um dos mais importantes... Até Setembro de 2007 (momentos "estou velha"). 

 

Porque a verdade é que se hoje me perguntarem se esse foi um momento extremamente importante, eu respondo "bem, sim, foi importante... q.b.". E digo isto por duas razões.

 

- A primeira porque, tal como disse no texto de ontem, hoje penso frequentemente que poderia ter sido indiferente, para o trabalho que estou a realizar, tirar Psicologia, Direito, História ou Gestão. 

 

- A segunda porque, entretanto, aconteceram outras coisas na minha vida que tornam esse passo menos relevante para o que sou hoje. Talvez o reingresso na Faculdade tenha sido, na verdade, do que o primeiro ingresso... Ou o reingresso no Mercado de Trabalho, no Mundo dos RH. E se um dia casar ou tiver filhos? Será que, em comparação, esses momentos vão deixar de ser importantes? 

 

Será que, ao longo da vida, os momentos importantes vão sendo "substituídos" por outros momentos importantes, como se de um jogo de Tetris se tratasse? Ou será que não? Será que mesmo que existam muitos mais momentos importantes, momentos grandiosos, aqueles momentos importantes lá do passado se vão manter importantes?

 

14
Ago18

Sobre os passos importantes - parte I

Miúda Opinativa

No post de ontem, escrevi que a mudança de casa iria ser, muito provavelmente, um dos passos mais importantes da minha vida, pelo menos até agora. E durante o dia fiquei a pensar em todos os passos importantes que dei e sobre o que é isto de dar passos importantes. 

 

Passos importantes serão, julgo, os passos que, de alguma forma, têm influência na nossa vida (influência positiva ou negativa). E, julgo eu, tanto podem ser conscientes como conscientes - ou seja, se, por um lado, podemos ter plena consciência que determinada acção vai ter uma enorme influência na nossa vida, por outro, frequentemente, não temos noção nenhuma, ao realizarmos determinada acção, que ela irá influenciar fortemente a nossa vida. Paralelamente, existem também aquelas acções "grandiosas" que achamos que vão direccionar a nossa vida para sempre (como, por exemplo, ir para a Faculdade ou casar ou ter filhos ou aceitar determinado trabalho) e, ao mesmo tempo, pequenas acções que, sem sabermos, terão uma enorme importância na nossa vida - irmos a um café, por exemplo, e encontrarmos o amor da nossa vida ou jogarmos no Euromilhões e ficarmos milionários. 

 

Quando penso na minha vida e no meu percurso, percebo que muitos dos passos importantes poderiam ter sido, na verdade, outros e, possivelmente, a minha vida teria seguido um percurso semelhante - ou não. 

 

Falando, por exemplo, da escolha do curso universitário... Não sei se já o escrevi aqui ou não, mas essa não foi uma escolha fácil e após a eliminação de várias opções, fiquei com Psicologia e Direito. Acabei por optar, como se sabe, por Psicologia (embora Direito na Clássica e na Nova fossem, respectivamente, a segunda e a terceira opções). E hoje penso... Não tendo tido como objectivo ser propriamente advogada de sociedade, seria bastante possível que mesmo com esse background acabasse a fazer o que estou a fazer hoje, i.e., a trabalhar em Recursos Humanos. E muitas vezes penso que seria tão ou, até, mais útil do que o meu curso, de forma a responder a questões legais com mais confiança. 

 

Por outro lado, mesmo se tivesse tirado História (uma das muitas coisas em que pensei), isso impedir-me-ia de trabalhar em Recursos Humanos? Ao ver o mercado de trabalho, eu diria que não. 

 

Assim, não consigo evitar o pensamento: quão realmente importante foi a minha escolha, aos 18 anos, pelo curso de Psicologia para o meu percurso profissional? Será que se estivesse "destinado" (se quisermos acreditar no destino), eu não iria trabalhar nesta área independentemente do curso tirado?

 

 

 

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