No telemóvel, ao carregar na aplicação, o meu mural tinha desaparecido. Num primeiro momento, pensei que o problema fosse do meu telemóvel (estúpido do iPhone, que já está a passar da validade). Mas depois, ouvi uma colega dizer que não tinha conseguido ir ao Facebook naquela manhã. Estranho, eu também não! Fui à internet e qual não é o meu espanto quando ao ir à rede social mais famosa do mundo, aparece uma mensagem de erro. Dizia "serviço indisponível". Wait, what?
Passado um pouco, começa-se a falar sobre isso nas notícias. É notícia de última hora. O Facebook sofreu shutdown. Face à polémica das últimas semanas, desligou-se a rede social. Temporaria ou permanentemente, ainda não se sabe.
Depois, começa-se a falar sobre isso no escritório. Há quem concorde. Há quem ache indiferente. Há quem pense "vou fazer um post sobre isso" e depois percebe que não vai ser possível porque, lá está, o Facebook foi abaixo.
Então e agora? O que é que vai ser dos milhares de pessoas que partilham diariamente a sua vida no Facebook??
Nos últimos tempos, muitas críticas têm sido feitas ao Facebook e muitos se têm espantado por a informação que ali colocam ficar para sempre na sua base de dados. Muitos se têm indignado e assustado com isso. E a minha questão é: qual é o espanto? Qual é a surpresa?
O que é que precisamos para compreender que aquilo que colocamos na rede não desaparece? Se é assustador e indigno que essa informação seja depois utilizada para questões como as eleições americanas? Sim, sem dúvida, e com essa crítica eu concordo. Mas acham mesmo que a informação que colocamos na rede algum dia vai desaparecer?
Se eu acho que eles são "culpados" por guardarem essa informação? Não acho nem deixo de achar. Se calhar sim, é questionável. Mas não somos nós que optamos por a colocar lá? Não somos nós que optamos por nos expôr? Não sejamos ingénuos, então. Não nos indignemos só para ficar bem na fotografia. Imaginem que o Facebook era desligado como na minha pequena e parva história - como é que reagiriam? Como é que os vossos pares reagiriam?
Sejamos honestos: este problema, de partilha e arquivamento de dados, é um problema geral, do qual somos todos culpados.
Ora bem, a grande novidade de 2018 passa pelo facto de a vossa Miúda Opinativa ir dar o grande passo de sair de casa dos pais.
(Oh yeah!)
E apesar de isso ainda ir demorar um bocadinho - é necessário que a atual ocupante da casa saia (no final de Abril) e fazer algumas obras (medo) - eu, que sou uma rapariga que gosta muito de planear as coisas antecipadamente - demasiado antecipadamente - comecei a ver móveis.
A escolha óbia é IKEA, sempre IKEA. Acontece que eu tenho algum dinheiro de parte e queria fugir um bocadinho dos suecos - por querer coisas diferentes e de mais qualidade. Então comecei a ver outras lojas, outras marcas e qual não foi o meu espanto - e frustração - quando percebi que afinal a qualidade era parecida, independentemente de se pagar 300€ ou 1500€ (na melhor das hipóteses). Muda, claro, o design, mas, ainda assim, custava-me pagar tanto por algo de qualidade semelhante. Pelo menos aparentemente.
Posto isto, fica-me a questão: quem é que, de facto, compra aqueles móveis? E porquê? E como? Não me faz grande sentido.
Felizmente, às vezes a melhor solução é mesmo a mais perto. E indo à loja onde os meus pais compraram alguns móveis quando nos mudámos em 1997, encontrei aquilo que queria a preços que fazem sentido - e de boa qualidade.
Adianta, e à medida que a coisa se for desenvolvendo, irei dar pormenores :)
Quando tinha 5 anos, entalei o dedo mindinho da mão esquerda numa porta de ferro na escola. Foi de tal forma horrível que só me lembro do antes (estar a ver o meu irmão na aula de ginástica) e do depois. No "depois", entrei numa sala e só gritava "EU QUERO A MINHA GIRAFA, EU QUERO A MINHA GIRAFA!".
A Girafa era um peluche da Girafa do Toys'r'us.
Sim, eu fui uma criança dos anos 90 e, como tal, o Toys'r'us era um dos meus sítios favoritos do planeta (a par da Loja de Brinquedos do Fonte Nova). Mesmo que não comprasse nada, adorava passar por lá e ver os corredores cheios de brinquedos, cheios de cor, e pensar que um dia poderia brincar com pelo menos um daqueles artigos. Sim, sou daquelas pessoas para quem o Toys'r'us era uma espécie de sítio mágico.
Portanto, apesar de já não lá ir há anos, fico triste com a insolvência da empresa, com a ideia de as lojas irem fechar e com a morte do fundador - se calhar, é mesmo possível morrer de desgosto!
Eu sei, é o sinal dos tempos. Muito provavelmente, a Loja de Brinquedos do Fonte Nova fechou também por causa do Toys'r'us e agora, o Toys'r'us irá fechar por causa da Amazon e da evolução. As coisas mudam, o Mundo muda, e se não acompanhamos a mudança, "morremos". Mas não deixa de ser triste pensar que as crianças já não vão ter um local mágico de brinquedos. Que a procura dos presentes, dos brinquedos, será feita online, na Amazon ou outros que tais, e não irão sentir a magia de investigar os corredores, de descobrirem coisas novas que não faziam ideia que existiam.
Sim. Acho que se tivesse muito dinheiro, investia no Toys'r'us. Reinventava a coisa. Tornava as lojas mais pequenas, apostava no online, sei lá. Mas se calhar, tentava não deixar a magia morrer.
Na sexta-feira passada, li esta notícia e tive alguma vontade de rir - para não chorar.
Sim, tenho uma tatuagem, feita já este ano, no braço esquerdo. A maioria das pessoas não repara (porque está muitas vezes tapada pelo relógio e pela Pandora), mas pode ser considerada "visível". É algo muito simples e que significa algo muito importante para mim. Sim, poderia tê-la feito num sítio mais reservado (e pensei em fazer na costela, por exemplo), mas eu queria tê-la visível. Para me lembrar, nos momentos mais difíceis, de não perder o Norte.
Quando fiz a tatuagem, tive noção que, no futuro, poderia constituir um travão a novos projectos profissionais - porque ainda há muitos locais onde existe um código de conduta que impede as "tatuagens visíveis". Por isso, optei por fazê-la pequena, facilmente escondida por um blazer e por um relógio e pulseira. E de facto, muitas vezes as pessoas não reparam - aconteceu no meu trabalho, por exemplo, só passado tempos é que as pessoas repararam (e nem ando de blazer!). Por outro lado, e tendo já trabalhado num sítio que proíbia as tatuagens visíveis, também penso que não gostaria de voltar a trabalhar num local com uma cultura tão rígida.
Mas bem, voltando ao Hospital de Cascais e aos Códigos de Conduta. Na minha humilde opinião, mais do que o que as pessoas têm vestido, importa-me a qualidade do serviço que prestam. E se calhar, o Hospital de Cascais, em vez de estar preocupado com aquilo que os médicos vestem ou com as tatuagens que têm, deveria estar preocupado com o serviço que presta. Em Dezembro, vai fazer 3 anos que o filho de uma amiga minha quase morria durante o parte por negligência médica. E isto é grave. Mas mais grave ainda é o facto de ela não ser caso único. E de o parto ter sido um autêntico filme de terror que me faz mirrar os ovários e o útero de cada vez que a história é contada.
Portanto, a Gerência do Hospital, em vez de estar preocupada com a maquilhagem ou com as tatuagens, deveria estar preocupada em formar convenientemente as equipas. Digo eu.
No entanto, nada disto invalida que eu não ache que não deva existir bom senso e isso às vezes não há, é um facto. Muitas vezes, quando alguém começa a trabalhar na minha empresa, perguntam-me "existe algum código de indumentária?". Bem, não, não existe. O nosso ambiente é considerado informal. Ténis, calças de ganga, tops, tatuagens, é tudo aceite. Contudo, o que eu digo é que apesar disto, deverá existir bom senso. Calças rasgadas não, por favor. Calções curtos, não, por favor. O local de trabalho é isso mesmo, um local de trabalho, e na minha talvez retrógada opinião, as pessoas não deverão ir trabalhar da mesma forma que vão para o jardim ao fim-de-semana.
Ainda assim, acho que o bom senso tem que existir das duas partes e se calhar, também não faz sentido proibir tatuagens visíveis. Certo?
Na semana passada fiz anos. 29, para ser mais precisa. E o que é que isto tem de extraordinário? Nada. Não gosto de fazer anos - embora não me importe de dizer a minha idade - e estou depressiva com o facto de estar a chegar aos 30.
Mas, anyway, fiz anos. E fazer anos, nestes tempos de "Redes Sociais", é sempre um fenómeno interessante. E a Rede Social que gera um fenómeno mais interessante é mesmo o LinkedIn, aquela que deveria ser a mais séria.
Eu explico: o LinkedIn é a rede social onde tenho mais contactos e mais contactos de pessoas que não conheço pessoalmente. No entanto, foi desta rede social que recebi mais mensagens de parabéns. E isto é uma coisa parva.
O LinkedIn avisa quando os nossos contactos fazem anos - ok, tudo bem. Depois, dá um "botão" para dar os parabéns. Aqui já começa a ser estranho. Mas pior ainda, é as pessoas que de facto carregam no botão. Porquê? Para serem vistas? Para ficarem bem na fotografia?
Para mim é só estranho receber mensagens de parabéns impessoais de pessoas quem não conheço.
Terminei de ver todas as temporadas e gostei muito. Bom, não adorei, porque não gostei de todos os episódios, mas gostei da maioria e, sobretudo, gostei muito do conceito.
De uma forma geral, e à excepção do primeiro episódio (a sério, se viram o primeiro episódio e acharam aquilo a coisa mais estranha de sempre, não desistam, os episódios seguintes são muito mais interessantes), a série mostra-nos uma sociedade com um desenvolvimento tecnológico superior ao que existe actualmente, ainda que os conceitos base dessas tecnologias estejam já presentes no nosso dia-a-dia.
E é isto que a torna muito muito interessante. Porque nos faz pensar naquilo que somos e naquilo que nos estamos a tornar com toda a tecnologia a que temos acesso. Na nossa relação com os outros, com as redes sociais, com a internet.
Faz-nos reflectir e pensar onde estamos e para onde queremos ir. E se realmente queremos ir para este sítio onde tudo tem que ser tecnologia, onde tudo tem que estar na rede.
Vejam, vale a pena. E como cada episódio tem uma história diferente e independente, tem a vantagem de que se adormecerem nalgum episódio, não precisam de o voltar a ver ;)
Há uma coisa que me aborrece. Bem, na verdade há muitas, como já se percebeu, mas hoje vou falar das estradas cortadas.
Estradas cortadas é sempre aborrecido. Sempre. Porque implicam um desvio do caminho que havia sido inicialmente pensado e preparado. E é um aborrecimento ainda maior quando não conhecemos bem a zona e não sabemos exactamente que percurso alternativo devemos fazer.
No entanto, a mim chateia-me especialmente quando só nos é dada a indicação de que a estrada está cortada quando... chegamos ao local onde a estrada se corta. Isto é extremamente aborrecido porque implica não só repensar num percurso como, ainda, voltar atrás. E nestas situações, fico sempre a pensar porque raio não avisam antes que aquela estrada está cortada. Não percebo. Porque assim evita-se a confusão de voltar atrás e até, muitas vezes, que se façam desvios ainda maiores.
Mas não. Na maioria das vezes, só nos apercebemos que a estrada está cortada quando somos impossibilitados de seguir em frente. Alguém me explica o porquê?
Há uns dias, li este artigo e fiquei muito satisfeita por ver este assunto ser abordado.
Admito que me faz sempre alguma confusão quando vejo um adulto a "roubar" um beijinho a uma criança ou a insistir para que ela aceite este contacto. Não é de agora. Talvez porque eu tenha sido uma criança "desconfiada", talvez porque apesar do mau feitio tenho alguma capacidade para me pôr nos sapatos dos outros (mesmo que sejam sapatinhos pequeninos), acho sempre que esse tipo de comportamentos por parte de adultos são abusivos e intrusivos.
Vamos lá ver uma coisa: se eu, adulta de 29 anos, posso dizer que não quero que determinada pessoa me dê um abraço ou me dê um beijo, porque é que tenho que insistir para que uma criança me dê um beijo se esse não for o desejo dela? Um beijo é um contacto mais íntimo e não tem implicações na "boa educação" das crianças. Eu posso ser bem educada, dizer por favor, obrigada, bom dia ou até logo, e não adorar o contacto físico de dar beijinhos a estranhos. Certo?
Então porque é que se incute isso às crianças? Porque é que certos adultos insistem para que a criança dê um beijinho ao adulto só porque o adulto quer? Será que ao fazê-lo não se está a dizer às crianças que não há problema em cedermos a pressões que têm implicações no nosso espaço pessoal, no nosso corpo, só para satisfazer as necessidades de outros?
A mim não me faz sentido.
E se um dia tiver filhos, prefiro criar uma criança "anti-social" a uma criança que pense que é "ok" deixar que se invada a sua intimidade sem a sua permissão.
No final de 2015, e quando já estava no segundo ano do meu segundo Mestrado (em Psicologia da Educação e da Orientação), comecei, novamente, a pensar no futuro. Embora a decisão de seguir aquele mestrado tenha sido bastante reflectida, e apesar de ter gostado bastante do primeiro ano, naquela fase, e já a realizar o Estágio Curricular, comecei a pensar se quereria mesmo fazer aquele trabalho.
De facto, durante o Estágio deparei-me com diversas situações com as quais não concordava e que iam contra a minha ética; assim, e se eu até consigo engolir sapos em situações que me influenciam a mim ou o meu trabalho, não tenho a mesma capacidade quando se trata de crianças e jovens cujo futuro depende de situações que podem ser questionáveis.
Por outro lado, o medo de chegar ao fim do Mestrado e não encontrar trabalhado tornou-se mais real - afinal, toda a gente sabe que a Psicologia em Portugal anda pelas ruas da amargura. Assim, acabei por perceber que muito provavelmente, quando acabasse o Mestrado, iria mesmo acabar por trabalhar em RH.
Então, em Novembro de 2015 comecei a fazer uma coisa que não fazia desde Março do ano anterior - ver anúncios de emprego de RH. E ao contrário do que aconteceu até Março de 2014, fui chamada a uma entrevista numa famosa consultora de RH e após um longo processo de recrutamento, e para minha grande surpresa, fui seleccionada para a função de Consultora de Recursos Humanos. Fiquei feliz, surpreendida e com muitas dúvidas: deveria avançar com aquela oportunidade ou terminar o Mestrado? Acabei por decidir a primeira opção.
E... correu mal. Comecei a trabalhar naquela Consultora no dia 4 de Janeiro de 2016 e no dia 1 de Fevereiro, mandaram-me embora, no final do período experimental. O que correu mal? Muito provavelmente, a minha relação com aquela que foi a minha Team Leader. Era perceptível desde o início, e não só por mim, que ela tinha algum problema comigo. Qual? Não faço a mínima ideia e já desisti de tentar perceber. Mas a verdade é que a pessoa teve a capacidade de em menos de 1 mês destruir toda a minha auto-confiança e isto é também consequência dessa situação.
E a situação mexeu comigo. Nas entrevistas onde fui depois disso, a voz tremia-me sempre que falava sobre o assunto. Como não?
Tudo isto para dizer que há 2 anos, eu pensava em como é que iria reagir se por ventura encontrasse a dita Team Leader. E envergonhava-me pensar que se calhar desviaria o olhar ou de caminho para evitar encontros de terceiro grau. Felizmente, nunca aconteceu.
Mas a vida às vezes é uma coisa engraçada e há uns dias, encontrei-a numa situação em que nem dava para desviar caminho. E ainda bem. Ela deve ter-me reconhecido mas não deve ter percebido quem é que eu realmente era, porque riu-se de forma simpática para mim (coisa que nunca fez enquanto eu trabalhei com ela). E eu olhei-a de frente e não me ri nem sorri nem cumprimentei. E admito - soube-me bem.
Soube-me bem por não me ter escondido, por não me ter desviado.
Crescer, se calhar, também é isto. Ultrapassar traumas.
De vez em quando, deparo-me, na Internet, com imagens, textos, whatever, sobre o facto de a escola não ensinar questões práticas do dia-a-dia, como fazer uma máquina de roupa ou o IRS, mas ensinar coisas que acabam por se tornar irrelevantes para muitas pessoas, como, por exemplo, o Teorema de Pitágoras.
E dei por mim a pensar: será que a Escola se deveria focar em ensinar mais "questões práticas do dia-a-dia" em detrimento de questões "irrelevantes" como o Teorema de Pitágoras? Eu diria que não.
É óbvio que para a minha vida atual é completamente indiferente saber ou não se "em qualquer triângulo rectângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos". Mas isto sou eu e acredito que para um engenheiro a coisa possa ser diferente. Até podem não utilizar esse teorema, mas possivelmente, não sei, não faço ideia, esse teorema pode ser a base da compreensão de outras questões relevantes.
No entanto, isto não invalida outra questão: será que a Escola deveria ensinar mais "questões práticas do dia-a-dia"? Bom, eu sei que já existe um currículo extremamente exigente e que não há tempo para tudo mas, sinceramente, eu acho que sim.
Chamem-me retrógada, mas eu acho que faria algum sentido haver aquela disciplina dos tempos mais antigos de "Economia do Lar" (e, obviamente, ser uma disciplina tanto para rapazes como para raparigas).
Porque não? Uma disciplina que ensinasse as crianças a consumir de forma inteligente. Uma disciplina que ensinasse os jovens a lavar a roupa, a passar roupa. Uma disciplina que ensinasse os jovens a fazer poupança, a fazer o IRS.
Se algumas destas questões são responsabilidade dos pais? Até diria que sim. Mas e se os pais também não souberem fazer o IRS? E se os pais não conseguirem cozinhar?