Já aqui escrevi sobre parte deste flagelo. Misturar colegas de trabalho e o Facebook.
Agora isto assume outras proporções. A minha colega de trabalho (apesar de a empresa ser grande, nos Recursos Humanos somos apenas 3: nós as duas e o nosso chefe) decidiu colocar uma foto a uma fotografia que nos tiraram no Jantar de Natal da Empresa e identificar-me.
E não, não gosto disto. Para já, porque não gosto que "qualquer pessoa" ponha uma foto minha no seu perfil - eu sei lá quem é que vai ver??
Depois, também não gosto que me identifiquem. E não gosto por duas razões:
a) As pessoas que eu não sei quem são mas que vão ver a foto podem ir ao meu perfil (e também por isso é que o tenho em modo "privado");
b) A foto aparece no meu perfil. Sim, eu sei que posso fazer com que não apareça, mas não quero causar constrangimentos. E o que é que acontece? Embora eu não esteja mal, estou estranha. Eu não sou uma pessoa muito estreita de ombros, mas não sou enorme. Mas ali parece que sim, que sou. Como eu disse ao meu namorado, parece que sou uma mariposita olímpica... Só que não. E eu nem adoro nadar mariposa!! XD
Vamos acabar com as misturas entre o trabalho e o Facebook? Vamos?
Acabei de ver, no passado fim-de-semana, a série "Dark", da Netflix. E posso dizer, sem qualquer sombra de dúvida, que foi a melhor série que vi nesta temporada de séries.
A história é super interessante, a realização, muito europeia, está brutal, a interpretação dos actores está maravilhosa, a construção dos episódios está incrível e a banda sonora está em repeat no meu Spotify.
Foi muito muito muito boa. Tão incrível que estou com vontade de a ver novamente. E sim, é uma série com tantos detalhes, tantos twists, que mereceria ser revista.
Como disse na semana passada, comecei um Workshop de Fotografia. E logo na primeira aula, e mesmo com um grupo de 8 pessoas, foi possível observar a maior verdade dos comportamentos sociais, i.e., a existência de dois tipos de pessoas.
Temos, de um lado, as pessoas super entusiasmadas e entusiastas, mesmo que não percebam nada do assunto. As pessoas super sociais, que se conhecem há 2 horas e de repente, são amigos de sempre e para sempre. Que trocam experiências e que se tratam por tu.
E temos, do outro, as pessoas que olham para as outras, não falam muito e sentem-se intimidadas por não perceberem nada do assunto.
Eu sou uma rapariga com alguma dificuldade em pensar no futuro (e isto até já foi "testado e verificado" em mim em inventários de personalidade). Portanto, pensar em Janeiro quando é que eu vou querer ter férias é algo que me é difícil.
É verdade que já está mais ou menos decidido que as férias grandes vão ser no final de Outubro e início de Novembro. E é também verdade que em Agosto vou tirar uns dias (vida adulta a sério tem que ter dias de férias em pleno Agosto) e uns 2 dias em Maio. Mas de resto... Nada planeado. Sobram-me cerca de 6/7 dias que eu não sei onde vou pôr.
E é óbvio que eu percebo o porquê de ser necessário marcarem-se dias de férias antecipadamente; no entanto, sim, isto é algo que me apoquenta. E muito.
Acabei de ler, na semana passada, o "Bibliotecário de Paris", de Mark Pryor. Admito - foi uma compra compulsiva e, portanto, algo que não deveria acontecer desde que tenho o Kindle, sobretudo com este tipo de livros...
E sabem que mais? Arrependi-me da compra. Mesmo. Honestamente, achei a história pouco interessante e o mistério em si não me intrigou por aí além. As personagens eram um bocado básicas e o diálogos meio infantis. Às vezes dava por mim a pensar que eu teria escrito diálogos daqueles para aí no 7º ano. A sério... A construção dos diálogos assemelhava-se à construção dos diálogos de duas histórias que fiz no 7º ano sobre os vulcões e sobre os tremores de terra*.
O mistério principal, aquele que chamei "mistério em si", como disse não me intrigou por aí além. Intrigou-me, no entanto, uma história paralela que, supostamente, estaria relacionada com o mistério principal. No entanto... Bem, não vou dizer se estava ou não relacionada, vou apenas dizer que era bem mais interessante e ficou assim, no ar, sem explicação. E isso deixou-me triste.
Enfim, foi um livro que se leu bem no Metro, não me exigiu muitos recursos cognitivos. Mas se me deixou interessada nos livros da série? Não.
*Tínhamos que escrever textos que falássemos sobre os vulcões e sobre os tremores de terra. E eu achei que seria muito mais giro escrever, em detrimento de um texto meramente expositivo, uma história. Então, no trabalho sobre os vulcões, descrevi uma visita de estudo a um vulcão, em que os alunos faziam as perguntas e o guia respondia; no trabalho sobre os tremores de terra, escrevi um texto em que as personagens experienciavam um tremor de terra e havia alguém que para acalmar as pessoas, ia explicando o que se estava a passar - lá está, diálogos super forçados, ah ah. Mas os dois trabalhos foram um dos meus orgulhos daquele ano escolar. Para além da professora ter adorado, foi a maneira que eu encotrei para tornar interessante dois temas que eram um enorme bocejo.
Nos últimos dias, tenho visto muitas reportagens sobre o caso de Larry Nassar, o médico da seleção norte-americana de ginástica. E, sinceramente, não sei porque continuo a ler. Porque cada página que leio causa-me nojo e náuseas.
Como é que é possível que isto tenha acontecido durante tantos anos? Como é que é possível que tantas pessoas tenham fechado os olhos a isto? Foram dezenas de "miúdas" que passaram pelas mãos dele. Que sofreram os seus abusos. E nunca ninguém fez nada. Nunca ninguém ligou às queixas.
Faz-me confusão.
Tem-se dito que não é só a cultura do assédio que tem que mudar. É também a educação das raparigas. Que as raparigas são educadas para serem submissas. Bom, a verdade é que os meus pais, apesar de muitas vezes me terem tentado incutir aqueles comportamentos "tipicamente femininos", nunca me educaram para ser submissa. Sempre me educaram para fazer valer a minha opinião. Para não deixar que nunca ninguém me levantasse a mão ou me tocasse de forma indesejada. E hoje eu digo que se algum dia algum homem me bater, eu posso morrer a seguir, mas bato-lhe por cima. Sim, eu sei, posso estar a cuspir para o ar. E não, não estou a dizer que a culpa é das mulheres que não fazem nada quando são vítimas de agressões. Mas se o meu pai nunca me bateu, então não vai ser um namorado ou marido ou o que quer que seja que me vai bater.
No entanto, claramente aqui as vítimas não foram assim tão submissas. As vítimas queixaram-se. Mas ninguém lhes ligou. Nem quando as vítimas também eram importantes e valiosas.
Posto isto, restará sempre a questão: de que vale fazer queixa? Não será melhor então tentar fazer-se justiça pelas próprias mãos? E quão cruel é o Mundo, tão retorcido, que acusaria, muito provavelmente, uma dass vítimas caso ela tivesse levado uma faca para o consultório para esfaquear o agressor caso ele lhe metesse as mãos em cima?
Não são só os outros que são idiotas... Esta que vos escreve também tem o seu quê de idiota. Ou, como dizia o meu irmão, de "toina".
O senhor namorado ofereceu-me no Natal um voucher de 5 aulas de um Workshop de Fotografia (Yei! Desde os 15 anos, altura em que nos conhecemos, por acaso, ah ah, que queria fazer algo do género). E portanto, no Sábado fui às primeiras duas aulas, com uma primeira parte teórica e uma segunda parte, de cerca de 1h30/2 horas, prática.
E o que é que aconteceu? Quando fui verificar se estava tudo OK com a máquina (como, por exemplo, se tinha bateria), deixei-a ligada... Portanto, quando cheguei à aula... Isso. A máquina não tinha bateria. Facepalm.
E porque é que não falei antes? Porque apesar de só os anúncios me causarem eczema, não quis comentar sem ver o que era. E na semana passada não passei os olhos naquilo.
No entanto, como é óbvio, fui tendo as minhas opiniões sobre o dito programa - mesmo sem o ver. Ainda assim, ontem tentei ver para poder formar uma opinião mais fundamentada. Contudo, aguentei uns espectaculares 5 minutos. O eczema voltou em força e eu decidi que já tinha todo o fundamento para a minha opinião.
Ora bem... Para começo de conversa, faz-me muita confusão que uma Psicóloga de formação, que exerce, se preste a este papel. Sim, o que lhe pagam deve ser muito, mas eu gostava de acreditar que a ética profissional se sobrepõe à conta bancária. E sim, eu sei que ali temos uma "nanny" / educadora, que ali ela não é Psicóloga, não exerce esta profissião, mas a formação da senhora é Psicologia. E isso devia contar para alguma coisa.
Depois, temos a exposição das crianças. E aqui é que a vaca torce o rabo. Se eu acho que se expõe demasiado as crianças? Sem dúvida. Mas são os únicos? Não. Quantos programas é que temos - e tivemos - de exposição exagerada de crianças? Neste momento, temos na TVI o Masterchef Junior (Junior? Não tenho a certeza), um programa aparentemente inofensivo porque as crianças estão ali atrás de um sonho. No entanto, também já vi crianças a sofrerem demasiado porque poderiam ser expulsas do programa (e dá vontade de gritar para a televisão para dizer "criança, tens 10 anos... Isto não é o fim da tua carreira na cozinha!!), também já vi crianças com um espírito competitivo pouco saudável, já vi crianças a serem demasiado mazinhas umas com as outras. Se o programa é interessante? Pode ser. Mas também pode ser exagerado. Por outro lado, temos também um conjunto de pessoas indignadas que não se coíbe de partilhar nas redes sociais momentos íntimos dos seus filhos. Alguma hipocrisia aqui...
Então e as metodologias utilizadas? Bom, acho-as estranhas e, no limite, pouco pedagógicas. Sobretudo porque, bem, não existe a privacidade necessária para uma intervenção psicológica séria. Ah, mas claro, isto não é uma intervenção psicológica... Por outro lado, a intervenção não deveria ser direcionada exclusivamente para as crianças. Ok, não sei se é ou não (lá está, não vi o programa), mas estes 5 minutos que vi do programa de ontem fizeram-me perceber que aquela família TODA precisa de intervenção. Uma família teoricamente funcional, aparentemente classe média, casal e dois filhos... Com um problema que existe em muitos lares: vida profissional sobrecarregada, pai não faz nada em casa, mãe faz tudo, cansaço extremo, pai quer descansar e por isso desautoriza a mãe... Enfim. Está tudo errado, a criança é só mais uma parte da equação.
É óbvio o que aconteceu aqui: a SIC estará desesperada por audiências e foi pelo caminho do "falem bem ou falem mal, o que interessa é que falem" (e neste caso, que vejam). Porque, como se sabe, quanto mais polémica houver, mais pessoas irão assistir.
Se acho que o programa deveria ser retirado? Sim. Se acho que a senhora deveria perder a cédula profissional? Óbvio. Mas acho qu nenhuma das duas irá acontecer.
Às vezes oiço pessoas que dizem que não se querem reformar por não saberem o que fazer com todo o tempo livre.
E não consigo deixar de pensar que são pessoas estranhas e com uma vidaa algo limitada. Atenção - acho muito bem que gostem tanto do seu trabalho que queiram prolongar a sua vida activa durante muito tempo. No entanto, faz-me uma certa confusão - e admito que acho pouco saudável - quem diz que não sabe o que fazer com o tempo livre.
Eu gosto do meu trabalho e tenho 28 anos (bem, a menos de 2 meses dos 29. Depressão), ainda me faltam uns anos para a reforma (ah ah ah! Vamos acreditar que vou ter reforma? Enfiar a cabeça na areia?); no entanto, sei perfeitamente que quando me reformar, e tendo condiões para tal, não vou ficar parada. Vou ler. Vou ver séries. Vou passar tempo com a minha família e amigos. Vou fazer caminhadas e nadar - se conseguir, vá. Há todo um mundo de coisas que podemos fazer com o tempo livre. Posso aprender uma língua nova, fazer cursos de culinária, crochet, tratamento de plantas, sei lá.
Porquê ficar parada? Porquê o medo de "não ter nada para fazer"? Há tanta coisa para fazer...
Na semana passada, li esta notícia. E não pude deixar de pensar "pois, agora é muito fácil e fica muito bem vir pedir desculpa". Mas a verdade é quenão teve quaisquer problemas em fazer o filme e em ganhar o Óscar. Sim, pedir desculpa fica bem. Mas quando fez o filme, já existia a acusação e isso não a impediu de participar. E agora, porque é moda e fica bem, vem dizer que nunca mais participa num filme do realizador.
No entanto, depois começo a pensar... Não somos todos culpados do assédio? Mesmo nós, público? Não seremos agora todos um bocadinho hipócritas em virmos para a rua gritar contra o assédio quand compactuámos durante anos com tudo isto?
Desde que o realizador foi acusado de abuso sexual de menor, quantos filmes é que ele já realizou? Quantos actores e actrizes é que já participaram nos seus filmes e ganharam prémios por essas participações? Quantos espectadores é que já foram ao cinema ver os filmes dele?
Pois...
E será que as alegações são verdadeiras? Será que devemos aceitar as acusações de uma pessoa como sendo verdadeiras sem pensarmos que sim, que podem ser falsas? Atenção, não estou a dizer que as acusações são falsas. Mas não será essa também uma possibilidade?
E o Roman Polanski? Acusado de abusar sexualmente de uma miúda de 13 anos, admitiu a sua culpa. Portanto sim, as acusações são verdadeiras. No entanto, ainda assim, continuou a fazer filmes. E todos compactuámos com um realizador que abusou sexualmente de uma miúda de 13 anos. E eu contra mim falo, que adoro "O Pianista". Para mim, um dos melhores filmes de sempre.
No entanto, não será errado glorificar um criminoso?