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Opiniões e Postas de Pescada

Opiniões e Postas de Pescada

30
Dez17

2017... 2018

Miúda Opinativa

Estamos no final do ano e é altura de, teoricamente, se fazerem balanços. Contudo, fazer um balanço deste ano magoa, dói, corrói. Mata por dentro, destrói. Porque 2017 foi o ano em que o meu irmão mais velho morreu. 2017 foi o ano em que o meu irmão foi vencido pela cabra da depressão.

 

O meu irmão foi o meu primeiro amigo, o meu primeiro par. Foi com o meu irmão que tive que aprender a partilhar e a brincar. Foi graças ao meu irmão que me tornei nesta maria-rapaz que gostava mais de jogar à bola do que brincar com barbies. Foi com o meu irmão que aprendi a gostar de fazer desporto. Com o meu irmão tive enormes discussões durante a adolescência, mas éramos agora dois adultos que se compreendiam. Chocávamos muitas vezes, mas entendíamo-nos outras tantas, com um sentido de humor twisted, gostos e interesses partilhados, desabafos percebidos.

 

O meu irmão foi - é - ídolo para muita gente. Melhor amigo para muitos, dirigente associativo dedicado, advogado de exceção, sonhador que fazia acontecer. O meu irmão foi - é, sempre será - um exemplo. Quantas vezes não quis ser como ele? Ter a capacidade de trabalho dele, ter a capacidade de cativar que ele tinha, de me exprimir, de fazer valer a minha opinião, de me dedicar fosse ao que fosse? Admito: crescer com o meu irmão nem sempre foi fácil. Mas aprendi a lidar com isso e a tirar daí o melhor partido e o meu irmão foi - é - um exemplo a seguir, um modelo.

 

Mas este texto não é (só) sobre o meu irmão (que, aliás, estaria a gozar comigo se me estivesse a ler). Este texto é sobre todos nós. Todos nós que pensamos que tudo aguentamos. Todos nós que queremos chegar a todo o lado, esquecendo-nos, frequentemente, de chegar a nós próprios. Todos nós que acumulamos emoções sem as extravasar. Que lutamos por aquilo que pensamos que queremos, mas que, afinal, não é isso que nos faz felizes. Todos nós que nem sempre sabemos exatamente aquilo que nos fará felizes e que, quando sabemos, não sabemos como lá chegar. Todos nós que só nos sentimos terrivelmente sós. Todos nós que não conseguimos fazer as pazes com o passado. Todos nós que não vemos a luz ao fundo do túnel.

 

Este texto é sobre as centenas de pessoas que cometem suicídio em Portugal todos os anos. Sobre os 20 milhões de embalagens de psicofármacos vendidas em Portugal em 2016* sem acompanhamento adequado. É sobre os 603 psicólogos no SNS, com um rácio de aproximadamente 1 psicólogo para cada 16.500 pessoas* – o que não é nada. É sobre os milhares de psicólogos no desemprego. É sobre todos nós, que pagamos impostos estupidamente elevados e que vemos negado o acesso à saúde mental porque não temos dinheiro para pagar as consultas de Psicologia no privado raramente (ou nunca) comparticipadas pelos seguros de saúde.

 

Por isso, para 2018, para além de todos os desejos habituais, desejo que se perceba de uma vez por todas que é importante uma negociação séria e real para um aumento significativo (e não de meia dúzia) de psicólogos no SNS. Desejo que se fale a sério sobre saúde mental no nosso país. Desejo que se valorize a depressão e que se deixe de pensar que é “coisa” de quem não sabe o que são problemas a sério ou não tem nada que fazer. Desejo que todos nós estejamos atentos aos sinais – aos nossos sinais e aos sinais dos outros.

 

Desejo que comecemos a perceber que não, não somos os super-homens nem as super-mulheres. Que podemos errar, que podemos sofrer e ser menos fortes do que aquilo que desejaríamos, mas que conseguimos dar a volta por cima. Desejo que compreendamos que podemos pedir ajuda e que a consigamos receber. Desejo que comecemos a estar mais atentos e a não desvalorizar aquilo que vemos e que sentimos. Que sejamos chatos, que insistamos mais se acharmos que algo não está bem com determinada pessoa. Desejo que consigamos ser mais altruístas, mas, se necessário, que consigamos equilibrar esse altruísmo com algum egoísmo para conseguirmos pensar também em nós quando necessário. Desejo que consigamos ver uma luz ao fundo do túnel, por mais ténue que seja. Desejo que consigamos encontrar o Norte se o perdemos, se nos perdermos.

 

Desejo, sobretudo, que 2018 seja francamente melhor que 2017.

 

*Fonte: Ordem dos Psicólogos Portugueses

28
Dez17

Matem as velhas da hidroginástica*

Miúda Opinativa

Eu frequento o meu clube há 21 anos. E como é que eu sei que é há 21 anos? Porque é a idade que o clube tem. Entrei para lá para a natação, fui ficando, há 10 anos comecei no ginásio e como fica a 2 minutos de casa, a pé, nunca mudei. Mas há coisas que me cansam a beleza. Uma delas é a má gestão. 

 

Eu tenho o chamado "Cartão Gold" que, supostamente, dá acesso a qualquer espaço do clube e a qualquer aula a qualquer hora. Supostamente. Mas depois, há exceções. Nomeadamente no usufruto da piscina para natação livre - que, diga-se de passagem, seria uma das grandes mais-valias do ginásio.

 

O que é que acontece? Não existem pistas para natação livre durante a semana entre as 18h30 e as 20, porque a piscina é ocupada pelas aulas de natação e pelas aulas de hidroginástica. Aulas de hidroginástica essas que ocupam 3 pistas (e as aulas de natação outras 3). E isto não me faz sentido, sobretudo porque muitas vezes essas 3 pistas estão ocupadas por 4 velhas (que ainda por cima se encostam às cordas onde estão a acontecer as aulas e quando levam com uma braçada indevidamente reclamam). É ridículo porque as 4 velhas podiam ocupar 2 pistas, as aulas de natação 3 e ficava 1 para a natação livre.

 

Quando eu digo isto, dizem-me "ah, mas e quando as aulas ficam cheias?" [que tipo... nunca acontece].

 

Eu respondo "então... Evitem que fiquem cheias". O que é que acontece: as aulas de hidroginástica são as únicas que não têm um sistema de senhas. Ou seja, as velhas vão chegando, vão chegando (ou não) e não há grande controlo sobre o número de pessoas que está na piscina.

 

E quando eu digo isto... Encolhem-me os ombros -.-

 

E porque é que escrevo sobre isto? Porque ontem, aproveitando que estou numa espécie de férias mas à tarde tinha coisas para fazer e tinha que estar atenta ao telemóvel do trabalho, ia à piscina ao final da manhã. Repararam no tempo verbal? Ia. Porque afinal àquela hora também não há nataçaõ livre. Porque estão 4 (4!!!) pistas ocupadas para a hidroginástica. E ainda têm a lata de me dizer "mas pode esperar mais 20 minutos". Claaaaaaro.

 

E pronto, embora este post só seja publicado hoje, escrevi-o ontem... Quando devia estar a nadar (e enquanto estou à espera que a Booking me atenda o telefone por um crédito indevido e estou à procura de novos ginásios). 

 

Corre tudo tão bem!!

 

*Post escrito sob o efeito de raiva. As velhinhas da hisdroginástica são tão adoráveis como todas as outras velhinhas.

 

27
Dez17

Internem-me

Miúda Opinativa

Sempre fui conhecida pela minha memória extremamente apurada.

Gozam comigo porque consigo lembrar-me de pormenores ridículos e de histórias antigas com uma precisão documental. De tal forma que sou sempre usada para apurar a verdade dos factos. 

 

Mas de há uns tempos para cá, a minha memória tem vindo a falhar-me de uma maneira triste. Se estivesse grávida até poderia dizer que era o cérebro de grávida a funcionar. Mas não. É só mesmo o cansaço acumulado e a dificuldade em lidar com tudo o que tem acontecido.

 

Basicamente, de há uns tempos para cá, comecei a esquecer-me de pequenas coisas. A sobrepor acontecimentos na mesma data (e o que eu gozava com o meu namorado quando ele fazia isto? Karma... É Karma), a esquecer-me de fazer coisas (agora tenho listas para tudo), o que me obriga no trabalho, por exemplo, a fazer um duplo, triplo check das minhas tarefas. 

 

Agora descobri que me esqueci de pagar 2 coisas a 2 pessoas diferentes. Contas de 30€ e de 70€. Não são peaners. E sinto-me horrível. Sinto-me horrível porque detesto ficar a dever dinheiro - por mais insignificante que a quantia seja (o que nem é o caso). Sinto-me horrível porque estou a perder capacidades cognitivas. E sinto-me horrível porque não sei porque é que isto acontece. 

 

Porque estou cada vez mais perto dos 30?

Porque estou cansada? 

Porque, mais do que cansada, estou esgotada? Prestes a explodir? 

 

É muito chato, desagradável. 

 

Eu que já tinha decidido não comprar agenda física para 2018, voltei atrás na minha decisão irrevogável (não é só o Tio Paulo) e ando agora em busca da agenda ideal. 

 

Por outro lado, e porque não gosto mesmo de me esquecer de coisas, estou à procura de aplicações móveis que me ajudem nesta tarefa de não me esquecer de coisas. Acho que o Google Calendar e os Lembretes do telemóvel já não são suficientes. Quero algo que junte tudo. Lembretes, To Do Lists, Calendário... TUDO. 

 

Sugestões?

 

Isso ou então meto baixa médica. Quiçá reforma por invalidez. 

 

Overdramatic?

 

26
Dez17

Então e agora?

Miúda Opinativa

Estou num bloqueio. 

Estou numa espécie de férias e só volto a trabalhar em 2018 (yei!). 

Portanto, supostamente, nos próximos dias tenho tempo para pôr em dia os posts atrasados, iniciados e perdidos nos rascunhos - assim de repente, lembro-me que ainda não escrevi sobre os dois últimos que li (Uma Fortuna Perigosa, do Ken Follett, e A Origem, do Dan Brown) nem sobre as minhas viagens à Costa Rica e a Amsterdão (o episódio do guaxinim e a aventura no aeroporto não contam). 

 

Mas confesso: não tenho, pelo menos por hoje, vontade de o fazer. Não é que não tenha gostado das viagens - que gostei, claro que sim! -, nem me apeteça dizer o que achei dos livros (safam-se, mas A Origem foi só mesmo isso: um safa, entretém, mas demasiado óbvio e com aspectos incompreensíveis). 

 

A verdade é esta: já não sei o que fazer deste pasquim. Começou por ser um sítio onde escrevia as minhas opiniões e postas de pescada, mas sem me dar muito a conhecer. Depois, veio a mudança de trabalho, geograficamente longe, e a maior mudança da minha vida, que levou a um cansaço gigante. E o blog, acho, foi perdendo alguma qualidade (se antes era 0, agora está aí nos -5). 

 

Até gostava de conseguir escrever sobre a Costa Rica - país lindo -, e sobre Amsterdão -cidade que adorei-, e sobre aqueles dois livros; no entanto, acho que se o fizer, não vai ficar bem escrito. E eu tenho este terrível defeito - se não for para ficar bem, não o faço -.- 

 

Não sei o que me espera nos próximos dias, no próximo ano. Sei que gostava de manter este blog, mas não sei de que forma. Nem sei se o conseguirei fazer. 

 

Mas vamos ver. Vou tentar :) 

21
Dez17

Ficar presa no Aeroporto de Amesterdão - Parte 4

Miúda Opinativa

Naquela segunda noite, não dormi quase nada. Fiquei mal disposta e só pensava que nos últimos 3 meses a minha vida tinha sido só parva (um eufemismo). Dormi cerca de 1h30. 

 

Mas lá acordámos e fomos para a zona do controlo das malas. O nosso objectivo era passar aquilo rapidamente e irmos comer mais uma porcaria qualquer caríssima. 

 

Mas a zona do controlo das malas é sempre uma coisa estranha e demorada. E aleatória. Quando fui, em Outubro, a Viena, tive que ser super revistada porque acusava explosivos. Juro... Mas aí deu-me para rir e ainda disse ao segurança "se não fosse segurança, eu dizia-lhe o porquê..." [Estava a pensar em dizer "Eu sou uma bomba"]. 

 

Ali pusemos todos os pertences nos caixotes, como é normal, e eu tive que usar 3. E os 3 foram para a segunda verificação. Passei-me. Não me fazia sentido que as botas tivessem que ir para esta segnda verificação quando, no dia anterior (e na viagem para ir para Amesterdão) nem sequer as tive que descalçar. Ainda para mais, eu já estava constipada. E ficar descalça não é fixe. 

 

Depois, o segundo caixote, com uma mochila e um blusão. A segurança abriu a mochila, tirou o Kindle e disse-me "para a próxima isto tem que vir cá fora". Foda-se, está a gozar comigo?! Respondi-lhe "não foi porque o seu colega me disse que não era preciso" [e a verdade é que sempre que viajo com o Kindle - e já fui com ele para Oslo, Viena, Costa Rica e Amesterdão -, depois de me perguntarem se levo computador ou tablet e de eu dizer que só levo o Kindle e a máquina fotográfica, dizem-me que não é preciso tirar eses equipamentos. Naquele dia não perguntei porque me queria despachar], ao que ela me responde "se eu estou a dizer que é para tirar, é porque é para tirar". Cabra. Depois, ainda me tirou a bolsa da máquina, abriu-a, tirou a máquina, tirou a tampa da objectiva... Eu só pensava, e perdoem-me a linguagem "mas que filha da puta". Entretanto, da minha mala, o colega tirou-me o pijama, espreitou... E eu descalça, enquanto viam as botas. O mais irónico disto tudo é que também mandaram a mala da minha amiga para o segundo controlo porque ela tinha lá um objecto que se parecia com uma faca - e era, de facto, uma faca, mas tipo aquelas facas de bolo, que vinha com um queijo que tinha comprado. E eu também tinha esse souvenir - mas ninguém o viu. Ridículo. Devo ter ar de terrorista e resolveram implicar comigo. Problema disto - eu reclamei. Juro que pensei que ainda ia ser presa. 

 

Mas lá passámos. Comemos mais uma bodega qualquer e lá fomos para o avião. Ainda esperámos uma hora e tal - não sei precisar, porque entretanto adormeci -, mas lá levantámos voo. E nem quis acreditar quando, finalmente, cheguei ao aeroporto de Lisboa. 

 

E foi isto... 

 

Eu sei - há coisas piores. Não tomei banho e só comi porcaria durante 2 dias, mas há situações bem mais graves. Há pessoas que vivem permanentemente em piores condições. E admito que, muitas vezes, perdi a cabeça. Com o operador da Transavia, com os funcionários do aeroporto, com o operador da TAP. Mas faz-me muita confusão, a sério que faz, como é que certas coisas acontecem na Holanda. Como é que o aeroporto de uma cidade habituada a nevões se deixa ficar no caos que vi, em que ninguém sabia dizer nada nem fazer nada de jeito. Como é que a TAP não nos dá informações em tempo útil. 

 

O meu ano não foi fácil - ou melhor, os últimos 3 meses foram caóticos. Nem as férias foram isentas de problemas - desde o guaxinim que me mordeu em Manuel António, na Costa Rica, até a ficar presa no aeroporto de Amsterdão 2 noites (quando dormi 3 na cidade), parece que tudo tem corrido ao contrário do que deveria ter sido. 

 

Mas, bem... Há coisas piores que ficar presa no aeroporto. Há campos de refugiados. Há guerras. Há coisas piores. 

20
Dez17

Ficar presa no Aeroporto de Amesterdão - Parte 3

Miúda Opinativa

Chegámos finalmente ao balcão e deparámo-nos com um cenário oposto aquele que tínhamos encontrado no dia anterior. A fila pequena era, naquela altura, gigante. Enorme. Depois de nos termos colocado no nosso lugar na fila, percebemos que um funcionário do aeroport estava a desfazer essa fila. O objectivo dele era alargar a fila, de forma a ocupar menos comprimento; no entanto, o que era uma fila organizada tornou-se num... amontoado de gente confusa. Como achámos que o senhor poderia fazer algo mais útil, perguntámos-lhe se nos podia dar algumas informações. 

 

Diálogo:

- Não, não vos posso dizer nada. Não sei.

- E não pode ir perguntar à sua colega lá à frente?

- Não. 

- Ok... então e o que é que pode fazer?

- O meu trabalho é ajudar-vos. 

- Mas para nos ajudar tinha que nos trazer informações. 

- Mas isso não posso fazer. 

- Então o que pode fazer? Tornar isto uma grande confusão? Então não está a fazer o seu trabalho, porque não nos está a ajudar. 

 

Ainda estivemos naquela fila algum tempo (não sei precisar quanto). Havia, mais uma vez, apenas uma funcionária a atender. Até que apareceu outra pessoa que comunicou algo. Não ouvi o que seria porque, mais uma vez, a forma de comunicação foi gritar e apenas as pessoas que estavam na primeira fila é que ouviram algo. O que não era o meu caso. 

 

O que nos valeu foi que as pessoas ajudam-se e passaram a mensagem. E a mensagem foi boa: a TAP tinha marcado um voo extra para o dia seguinte às 8 da manhã para quem estava naquele avião que não tinha saído. BOA! Lá fomos para as máquinas de check-in e em 5 minutos tínhamos os nossos bilhetes. Mas acho que a TAP falhou - obviamente não tiveram culpa que o aeroporto tivesse fechado e obviamente que não tiveram culpa do nevão; no entanto, podiam ter enviado uma SMS, um e-mail, o que fosse, a dar esta informação... Não?!

 

Depois, e porque já era tarde, decidimos ir buscar comida enquanto outro casal amigo que entretano havia encontrado ia reservar camas para a zona de campanha. Burger King outra vez, pois está claro - até porque a maioria dos outros restaurantes estava a fechar. 

 

Quando chegámos à zona antes das camas, esse casal disse-nos que lhes tinham dito que já não havia camas mas que ficássemos por ali que podia ser que nos chamassem. E assim fizemos. 

 

Tínhamos começado a comer há 5 minutos quando nos dizem "podem vir". E para compreender o que se passou a seguir é preciso relembrar que aquela já seria a segunda noite que eu passava no aeroporto, que não tomava banho nem tinha uma refeição decente há 2 dias. Que estávamos a ficar ligeiramente desesperados. 

 

E o que é que se passou? Um grupo de 6 pessoas, entre os 26 e os 30 anos e que incluía uma advogada, uma médica, uma psicóloga e outra formada em psicologia (eu), um geógrafo e um músico, foram a correer para as camas, com hamburgers, batatas fritas, bebidas, malas e casacos pendurados na cabeça. Quando nos sentámos, só me deu vontade de rir. 

 

Mas a verdade é que naquela noite, as coisas já eram diferentes. As pessoas estavam mais cansadas, havia menos camas e havia polícia armada. Sempre fixe.  

19
Dez17

Ficar presa no Aeroporto de Amesterdão - Parte 2

Miúda Opinativa

No dia seguinte, acordámos as 6 da manhã. Tínhamos mais do que tempo para comermos e esperarmos pelo voo. Mas pelo meio tínhamos que comer, claro. 

 

Fui a um café, vi que tinham croissants e pedi um croissant com queijo. E tive mais uma conversa surreal. E estúpida. 

 

- Quero um croissant com queijo, por favor. 

- Só temos croissants com queijo e fiambre ou com fiambre. 

- Ok... E não podem fazer um só com queijo?

- Não. 

- Ok... E não podem tirar o fiambre?

- Não. Nós aquecemos os croissants.

- Ok... E não pode vir sem aquecer?

- Se quiser uma opção vegetariana [não era o caso, só não gosto da mistura queijo e fiambre] pode sempre optar por uma sandes com mozzarela e tomate [eram 7 da manhã, não queria tomate]. 

- Desculpe, não me pode entregar o croissant com queijo e fiambre sem aquecer e eu tiro o fiambre?

- Oh... Pode ser [cara de nojo - estúpida]. 

 

E a estúpida ainda deixou cair o rolinho do queijo e do fiambre para a caixa onde pôs o croissant... 

 

Algures durante a manhã, percemos que o nosso voo tinha sido adiado para as 14h. Fuck, seriously? Tudo bem... Era mais uma refeição de sandes. Siga. Estamos quase. 

 

Já passava das 14 quando, finalmente, entrámos no avião. No avião disseram-nos que ainda íamos ter que esperar um bocado porque estávamos em fila de espera para sairmos e descongelar. Ok... Estivemos cerca de 2 horas dentro do avião e víamos pela janela o tempo a piorar e a nevar cada vez mais. Às tantas, disseram-nos "ainda vamos ter que esperar mais uma hora" e passados 2 minutos dizem "afinal esperamos mais 5 minutos". Passados 2 minutos, ouvimos a mensagem final: "Desculpem, isto parece um voo de malucos. O aeroporto acabou de fechar". 

 

ARE YOU GUYS SERIOUSLY?!

 

Lá saímos do avião, mas ainda com a esperança (estúpida) que nos dissessem que íamos poder voltar nas próximas horas. Obviamente que não aconteceu. Uns minutos depois, nem percebi muito bem porquê, decidimos ir novamente para o balcão do parceiro da TAP para tentarmos perceber se nos podiam pôr no voo do dia seguinte.

 

Pelo caminho, percebemos três coisas:

1. Sair do aeroporto seria praticamente impossível e inútil, uma vez que não havia outros tranportes nem hoteis disponíveis;

2. O aeroporto não tem sistemas eficazes de comunicação (ter funcionários a gritar a dar informações não é, claramente, a melhor forma de comunicar informação);

3. Eu consigo ficar histérica e eloquente ao mesmo temp - liguei para a TAP e acho que quem me ouviu ficou com medo de mim... Não me orgulho, admito, o rapaz do outro lado não tinha culpa nenhuma, mas como é que depois de um voo pelo qual paguei 420€ eles são incapazes de dar qualquer informação e deixarem-nos a todos feitos malucos num avião a correr, literalmente, para conseguirmos saber o que fazer? 

 

 

 

 

 

18
Dez17

Ficar presa no Aeroporto de Amesterdão - Parte 1

Miúda Opinativa

Ficar presa no Aeroporto de Amsterdão foi uma experiência... Interessante. #sqn

 

Nós sabíamos que no Domingo, dia 10, iria nevar. Não sabíamos é que ia nevar tanto. E a verdade é que a neve é muito bonita mas extremamente incomodativa. 

 

O objetivo era irmos de autocarro para o aeroporto. E fomos, mas mais tarde do que queríamos porque, na verdade, a neve fez com que o autocarro se atrasasse - e ficar à espera do autocarro na paragem aquele tempo todo, ao frio, não foi fixe. 

 

No autocarro, a caminho do aeroporto, tivemos a confirmação - o nosso voo tinha sido cancelado. Fiquei logo enervada, porque parecia que estava a adivinhar a confusão que se seguiria. E eu precisava de estar na segunda-feira de manhã em Lisboa porque tinha uma reunião com a Diretora da empresa - reunião agendada por mim.

 

Assim que chegámos ao aeroporto, liguei logo para a Transavia. A verdade é esta: eu desenvencilho-me bem a falar Inglês, mas é também verdade que quando fico nervosa atrapalho-me nas palavras. Por isso, para mim foi uma surpresa a eloquência (ou a fluência) com que falei com o assistente. Apesar de a conversa ter sido surreal. Qualquer coisa do género "sim, o voo foi cancelado. Posso colocá-la num voo amanhã... Não, não posso, está cheio. Posso colocá-la num voo depois de amanhã [terça-feira]... Não, não posso. Só mesmo no sábado, dia 16". Ah ah ah! Está bem, então. Vamos lá tentar resolver isto de outra forma. 

 

Tínhamos, então, dois objetivos: ou ir ao balcão da Transavia ou ao da TAP (que, no caso, era o balcão de um parceiro). O balcão da Transavia tinha uma fila interminável; o da TAP, uma fila aceitável. Optámos pelo da TAP. Foi o melhor que fizemos, sobretudo porque logo a seguir se formou uma fila brutalmente grande. 

 

Nesta fila, percebi duas coisas:

a) Tuga que é tuga tem uma capacidade enorme de falar e fazer amigos;

b) Os holandeses - e os serviços holandeses - são tão incompetentes como os portugueses - e os serviços portugueses. Como é que numa situação daquelas aquele balcão (que era da TAP e de mais umas quantas companhias aéreas) tinha UMA única pessoa a atender? COMO? E ainda por cima, incompetente. Demorava séculos a fazer o que quer que fosse - que, no caso, era vender viagens. 

 

Ali percebemos que a melhor opção seria comprar as viagens para a manhã do dia seguinte e assim o fizemos. E nunca, mas nunca, me custou tanto pagar uma coisa. 420€ por cada viagem. 420€. Cada uma pagou a sua e cada uma agradeceu a todos os santinhos o facto de ainda viver com os pais. Mas e as pessoas que viajaram em família? E as pessoas que simplesmente não tinham condições para pagar isso?? 

 

Quando finalmente chegou a nossa vez, lá pagámos os 420€ por uma viagem em Económica (dor, muita dor) e decidimo-nos a ir comer. Já havíamos percebido que não valia a pena sair do aeroporto - para onde? Como? - e o melhor era aceitar o que nos estava reservado. Era só uma noite, na manhã seguinte vínhamos para casa. 

 

Jantámos no Burger King, alapámos numa mesa com uma ficha (carregar os telemóveis tornou-se fundamental) e começámos a conversar com um casal que já estava há 24 horas em viagem e que seria a segunda noite no aeroporto (apesar de a primeira ter sido prevista). 

 

Depois do Burger King... Ok, vamos lá encontrar um sítio para dormir. Um funcionário do aeroporto disse-nos que o melhor era ficarmos perto da zona do check-in. Logo a seguir, outro funcionário disse-nos que afinal o aeroporto tinha preparado camas para dormirmos. "olha, simpáticos", pensámos. 

 

E lá fomos os 4 para a zona de campanha. Tudo bem. Era só uma noite... 

13
Dez17

Domingo à noite estou de regresso? Era bom era!

Miúda Opinativa

No último post escrevi que ia a Amesterdão com uma amiga, que estava super entusiasmada e que no Domingo à noite estaria de regresso. Pois, não aconteceu. 

 

E não é que fiquei presa no Aeroporto de Amesterdão 41 horas? E não é que dormi lá 2 noites? 

 

Foi uma experiência que vai valer a pena contar... Oh, há tanto, mas tanto, para opinar!!

 

(E não, os Holandeses não são mais organizados que os Portugueses!)

07
Dez17

E hoje viajo outra vez

Miúda Opinativa

A semana após as férias tem sido uma loucura. No trabalho, há-que pôr em dia uma séria de coisas; e na vida pessoal, é preciso também voltar à normalidade - que, neste momento, ainda é só uma espécie de normalidade. Ou uma nova normalidade. 

 

Mas hoje viajo outra vez. Vou a Amsterdão, uma das cidades que mais vontade tenho de conhecer. Vai ser uma visita rápida, infelizmente, mas acho que vai dar para "bater" os principais pontos. 

 

Vai ser uma viagem completamente diferente, uma vez que vai ser a primeira vez que vou com uma amiga minha para fora do país. Vai fazer-nos bem às duas :) 

 

Domingo à noite estou de regresso! 

 

 

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