Estive quase um mês a fazer fisioterapia. E porque o tempo não dá para tudo, estive esse tempo todo sem fazer uma das coisas que mais prazer me dá - desporto. No último fim-de-semana voltei à piscina.
E soube-me pela vida. A semana passada não foi fácil. Vá, também não foi complicadíssima, mas tive que lidar com coisas no trabalho com as quais nunca tinha lidado na minha vida e cuja digestão não foi fácil. E não as poder digerir com desporto tornou-as ainda mais complicadas.
Mas neste fim-de-semana nadei. E isso ajudou-me a reflectir sobre tudo. A definir-me, a pensar num "plano". E agora... Agora tudo há-de correr pelo melhor.
Acabei de ler, ontem de manhã, o Daqui a nada, de Rodrigo Guedes de Carvalho.
Foi depois de o ler que soube que este é o primeiro romance do autor, escrito com 20 anos. E ao perceber isto fiquei "Wait.. What?" Como é que alguém com 20 anos consegue escrever daquela forma? Como é que alguém, com 20 anos, consegue imprimir tamanha profundidade às palavras, às freases, aos parágrafos?
É um livro que fala de relações falhadas, de promessas por cumprir, de sonhos e vidas desfeitas. De esperança e de desesperança. De vida. E de morte. De desaparecimento. De apagamento.
Gostei. Não foi um livro fácil de ler. Pela escrita, pela forma como está construído (e desconstruído), pela minha vida nas duas últimas semanas. Mas gostei. Pela profundidade e pela reflexão que me permitiu.
Depois da frustração que foram as "Raparigas Cintilantes", fui para "A Sobrevivente", de Lisa Gardner. Fui sem quaisquer expectativas - ok, a sinopse parecia interessante, mas a das "Raparigas Cintilantes" também parecia e foi o que foi. Não fui ao Goodreads, não pesquisei na internet, não nada. Tinha o livro cá em casa, pareceu-me uma boa opção e lá fui eu.
E aconteceu-me uma coisa que não acontecia há muito tempo. Li o livro no fim-de-semana passado, em 2 dias. Foram dois dias socialmente preguiçosos, em que nem o bom tempo não me fez sair de casa. Mas a verdade é que o livro me prendeu. Muito. A história segue rápida, as personagens são interessantes e vão sendo construídas e reveladas ao longo da narrativa. Admito que percebi (ou desconfiei) quem era o assassino talvez cedo de mais, o que poderia tirar algum interesse à escola. Mas, no meu caso, o facto de desconfiar faz-me ficar ainda mais interessada, para perceber se sou tãp inteligente quanto penso ser - muah, muah, muah!
Não é, claro, um livro muito profundo e que nos faz pensar no sentido da vida. Não é um livro com uma escrita complexa nem com uma narrativa desconstruída. Não; é um livro cuja leitura foi rápida e fácil. Mas prende. Descobri, mais tarde, que afinal este livro faz parte de uma série - Série Detective D. D. Warren -, e a verdade é que fiquei com alguma curiosidade de ler os outros.